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Israel quer ser pioneiro do "passaporte dos vacinados", mas OMS questiona

Além de testes de covid, Israel propõe “certificados de vacinação" para viajar. Países turísticos como Portugal e Grécia defendem a ideia

Vacinação em Israel: mais de 60% da população já tomou ao menos a primeira dose da vacina (Kobi Wolf/Bloomberg)

Vacinação em Israel: mais de 60% da população já tomou ao menos a primeira dose da vacina (Kobi Wolf/Bloomberg)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 15 de fevereiro de 2021 às 08h01.

Com a maioria da população prestes a ser vacinada contra a covid-19, Israel busca acordos que permitam aos cidadãos visitarem a Grécia e outros países famintos por turistas, tendência que ilustra o crescente debate global sobre as regras de viagens na era pós-pandemia.

Cerca de 65% dos israelenses elegíveis já receberam a primeira dose de vacina no país, cujo ritmo de imunização é o mais rápido do mundo. Na segunda-feira, o governo anunciou um acordo com a Grécia sobre o reconhecimento mútuo de vacinação, o permitiria futuras viagens sem quarentena. O Ministério de Relações Exteriores disse que negocia acordos semelhantes com Chipre e Seychelles.

Enquanto muitos países planejam abrir suas fronteiras para pessoas que apresentem um teste de covid negativo feito pouco antes de voar, Israel também propõe “certificados de vacinação como um facilitador para o movimento de pessoas entre os países”, disse Ilan Fluss, chefe do departamento de economia do ministério. “Obviamente, é mais seguro do que testar.”

Esses certificados podem ser um precursor dos “passaportes para vacinas” que alguns países têm em mente para recuperar o setor de turismo. Mas muitos líderes não se mostraram entusiasmados em exigir prova de vacinação para viagens, dizendo que tal sistema seria injusto e, possivelmente, ineficaz.

“O risco é termos abordagens diferentes em lugares diferentes”, disse John Strickland, que comanda a consultoria de companhias aéreas JLS Consulting, com sede em Londres.

A Organização Mundial da Saúde diz que não está claro se pessoas vacinadas podem infectar outras, mesmo que permaneçam assintomáticas. E afirma que os passaportes criariam uma hierarquia devido ao acesso desigual às vacinas em vários países. Alguns países europeus argumentam que barrar os não vacinados de viajar prejudicaria o princípio de livre circulação de pessoas do bloco.

Outros países europeus -- em particular destinos de férias como Grécia e Portugal -- têm defendido a ideia. “Devemos facilitar as coisas a viajantes que têm comprovante de vacinação”, disse o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, durante visita a Jerusalém na segunda-feira. “Espero que o que estamos fazendo com Israel seja, em essência, um teste do que podemos fazer com outros países.”

--Com a colaboração de Paul Tugwell, Christopher Jasper e Kitty Donaldson.

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