Mundo

Israel quer promover cooperação econômica com ANP

Afetadas pelos conflitos de 2000 e 2005, as relações comerciais entre israelenses e palestinos começaram a se recuperar nos últimos anos, mas ainda são frágeis

Para Israel, é possível "separar" diferenças políticas e avançar sobre os pontos econômicos com "criatividade e dedicação", contribuindo para a estabilidade regional (David Silverman/Getty Images)

Para Israel, é possível "separar" diferenças políticas e avançar sobre os pontos econômicos com "criatividade e dedicação", contribuindo para a estabilidade regional (David Silverman/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2011 às 12h12.

Tel Aviv - Israel declarou que espera promover a cooperação econômica com a Autoridade Nacional Palestina (ANP) na abertura de uma conferência internacional realizada nesta segunda-feira em Tel Aviv, da qual participam centenas de executivos, diplomatas e funcionários de mais de 30 países.

"O que esperamos é que daqui saia uma mensagem positiva que conduza a um desenvolvimento de projetos. Eu estou convencido de que muitos dos participantes não conhecem os planos de cooperação existentes e agora daremos um passo à frente", declarou à Agência Efe Silvan Shalom, vice-premiê israelense e titular de Cooperação Regional no governo de Benjamin Netanyahu.

Afetadas pelos conflitos ocorridos entre 2000 e 2005, as relações comerciais entre israelenses e palestinos começaram a se recuperar nos últimos anos, mas estão longe do verdadeiro potencial apontado pelos analistas, devido à polêmica conjuntura política que as envolve.

Shalom, encarregado de uma pasta sempre ocupada com assuntos de segurança, acredita ser possível "separar" os dois aspectos e avançar sobre os pontos econômicos com "criatividade e dedicação", contribuindo assim para a estabilidade regional.

"Anunciamos nesta conferência o lançamento de uma sala de negócios na fronteira de Efraim que permite a israelenses e palestinos se encontrarem sem necessidade de permissões de segurança nem problemas burocráticos, e caso funcione, poderemos abrir outras duas: uma na fronteira de Yalame, no norte, e outra em Tarkumie, no sul".

Os três locais citados se encontram na barreira que Israel construiu para separar seus domínios da Cisjordânia, e que no âmbito econômico causou o declínio da economia palestina, visto que se tornou impossível levar suas mercadorias aos portos israelenses.

Questionado sobre a viabilidade de separar o aspecto diplomático do econômico, visto que em três semanas os palestinos apelaram à ONU para pedir seu reconhecimento como Estado da comunidade de nações, Shalom disse à Efe que Israel quer avançar nos dois campos. "Mas, claro, não depende unicamente de nós", ponderou.

"A cooperação econômica funciona, a cooperação política e diplomática está um pouco pior, mas eu espero que melhore também e que a votação na ONU não atrapalhe os assuntos econômicos", ressaltou, evitando qualquer avaliação sobre as possíveis consequências políticas ou militares da votação.

A 1ª Conferência de Cooperação Regional Civil e Econômica foi inaugurada no domingo à noite em um hotel de Tel Aviv pelo ex-premiê israelense Ehud Olmert, que falou em seu discurso sobre as deterioradas relações de seu país com a Turquia.

"A Turquia serviu de ponte para nossos interesses e espero que isto volte a acontecer no futuro", explicou, ao discursar sobre o país que há três anos era o principal parceiro comercial e aliado político de Israel em toda a região.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseIsraelOriente MédioPalestina

Mais de Mundo

EUA negocia acordo para que seus navios de guerra não paguem pedágio no canal do Panamá

República Dominicana encerra buscas nos escombros de casa noturna com ao menos 124 mortos

Cúpula da Celac termina sem consenso por não adesão da Argentina de Milei, Paraguai e Nicarágua

Milei enfrenta terceira greve geral na Argentina, à espera de acordo com FMI