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Israel: protesto por 'justiça social' reúne 400 mil

Organizadores do protesto queriam reunir mais de um milhão de manifestantes na noite deste sábado, para superar o protesto de 6 de agosto, o maior da história de Israel

Em agosto, milhares de israelenses participam de marcha dos indignados contra a carestia e por justiça social, em Tel Aviv (AFP)

Em agosto, milhares de israelenses participam de marcha dos indignados contra a carestia e por justiça social, em Tel Aviv (AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2011 às 17h24.

Tel Aviv - Ao menos 400 mil pessoas protestavam na noite deste sábado no centro de Tel Aviv e em outras 15 cidades contra a "injustiça social" e o alto custo de vida em Israel, segundo a imprensa israelense.

Os três canais de televisão estimaram que o número de manifestantes superou o registrado no grande movimento de 6 de agosto passado, quando 300 mil pessoas protagonizaram o maior protesto social da história de Israel.

O epicentro do protesto é a Praça do Estado, em Tel Aviv.

"Disseram que o movimento estava estancado, mas esta noite provamos o contrário", declarou Itzik Shmuli, um dos líderes do protesto. "Nós, novos israelenses, estamos determinados a seguir lutanto por uma sociedade mais justa e melhor, mas sabemos que o caminho será longo e difícil".

Os organizadores do protesto fizeram um apelo para reunir mais de um milhão de manifestantes na noite deste sábado, na tentativa de superar o protesto com 300 mil pessoas ocorrido no dia 6 de agosto passado, o maior da história de Israel.

"Vamos demonstrar que os que enterraram este movimento se equivocaram e que o povo está disposto a sair às ruas pela justiça social, pelas moradias acessíveis e em defesa da Educação e da Saúde públicas", afirmou à AFP Stav Shafir, um representante do movimiento.

"É preciso manter a pressão sobre Benjamin Netanyahu (o primeiro-ministro), não é o momento de ceder, já que não nos escutaram e não fizeram estritamente nada", sustentou.

A convocação das manifestações, que irão ocorrer sobretudo em Tel Aviv, Jerusalém e Haifa, as três principais cidades do país, tiveram eco nas redes sociais e no jornal de oposição de esquerda Haaretz.

"Estamos por fim preparados e as primeiras impressões são muito boas, a julgar pela intensidade das mensagens no Facebook, que constitui nosso terreno de ação privilegiado", explicou Itzhik Shmuli, o presidente da União de Estudantes à rádio.

Dezenas de ônibus transportarão os manifestantes e, segundo o ministério dos Transportes, serão disponibilizados mais trens em direção a Tel Aviv "em função da demanda".


Desde o protesto de 6 de agosto "formulamos reivindicações muito precisas sobre os aumentos indispensáveis dos orçamentos de Educação, Saúde e Moradia, mas até agora não foi tomada nenhuma medida concreta", lamentou outro representante do movimento, Uri Metuki.

O movimento de contestação defende a instauração de um Estado de bem-estar e se queixa que nos últimos 20 anos a construção pública de moradias baratas quase desapareceu no país, disparando os preços dos aluguéis, sobretudo em Tel Aviv.

Diz representar os estudantes, mas também a classe média, sobre a qual recai a carga tributária mais pesada.

Como resposta, Netanyahu criou uma comissão para examinar uma série de reformas, mas os manifestantes temem que se trate de uma manobra para ganhar tempo, à espera de que o movimento perca força.

E, efetivamente, no sábado, dia 27 de agosto, o número de manifestantes diminuiu, com apenas 20 mil pessoas nas ruas.

Os organizadores atribuíram este número, muito inferior em comparação com as semanas anteriores, à tensão reinante no sul de Israel, alvo de foguetes de grupos armados palestinos de Gaza.

Mas alguns comentaristas afirmam que a causa é o aparecimento de divergências entre alguns dos líderes do movimento.

Os moderados apoiam que as barracas que se tornaram o símbolo do protesto sejam desmontadas após este sábado, enquanto os radicais preferem intensificar a ação ocupando edifícios vazios.

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