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Israel promete ‘revanche’ contra Hezbollah após foguete matar 12 em campo de futebol

Autoridades israelenses afirmaram que o movimento cruzou "todas as linhas vermelhas"

Agência o Globo
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Publicado em 28 de julho de 2024 às 09h05.

Última atualização em 28 de julho de 2024 às 10h18.

O Exército israelense anunciou na manhã deste domingo que realizou ataques noturnos contra o Líbano, horas depois que um foguete disparado do país ao norte matou pelo menos 12 pessoas, a maioria crianças e jovens, na cidade de Majdal Shams, nas Colinas de Golã, controladas por Israel. Autoridades do Estado judeu culparam o Hezbollah pelo ataque, e afirmaram que o movimento cruzou "todas as linhas vermelhas", à medida que o grupo libanês nega ter ordenado o bombardeio.

Os ataques israelenses miraram alvos no Líbano que foram atingidos no passado, principalmente perto da fronteira ou ao redor do porto de Tiro, no sul. Bombardeios foram relatados no Vale do Bekaa, onde Israel tem atacado com menos frequência desde fevereiro. No entanto, ao menos inicialmente, não representam uma grande escalada, que aproxime de um cenário de guerra total. Ainda assim, há temores de que uma resposta maior.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que havia viajado para os Estados Unidos, estava pronto para retornar para casa no domingo após encurtar sua viagem. Durante a noite, seu gabinete disse que convocaria uma reunião de ministros seniores do governo imediatamente após a chegada para discutir a resposta de Israel, sugerindo que a principal retaliação israelense ainda estava por vir.

"O Hezbollah pagará um preço alto que não pagou até agora — disse o gabinete de Netanyahu em uma declaração durante a noite.

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Outras autoridades também se manifestaram por meio de comunicados, o chefe do Estado-Maior, o general Herzi Halevi, disse saber "exatamente de onde o foguete foi lançado", afirmando se tratar de um foguete do Hezbollah. "Quem quer que lance tal foguete em uma área construída quer matar civis, quer matar crianças", disse.

O ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, disse que "o massacre de sábado significa que o Hezbollah cruzou todas as linhas vermelhas", argumentando ainda que "não é um Exército que combate contra outro Exército, e sim uma organização terrorista que dispara deliberadamente contra civis".

Os comentários vêm em meio a uma onda de comoção no país. Milhares de israelenses participaram do funeral dos 12 jovens mortos na noite de sábado. O líder espiritual druso Sheikh Mowafaq Tarif falou no funeral, dizendo que o incidente mortal foi o pior desastre na história drusa.

"Ontem foi um sábado sombrio para os drusos e para os moradores do norte. É um sábado que ficará gravado na memória como um ponto baixo da humanidade, a matança de crianças. As cenas de horror nunca serão apagadas", disse Tarif, em fala registrada pelo jornal israelense Haaretz.

Israel e Hezbollah trocam hostilidades pela fronteira desde o começo da guerra em Gaza. Aliado do Hamas no Eixo da Resistência — um grupo de movimentos islâmicos que contestam a existência de Israel, liderados pelo Irã —, o Hezbollah atacou várias posições israelenses ao longo dos últimos meses, em solidariedade à guerra em Gaza. Teerã alertou Israel neste domingo contra o que chamou de "nova aventura" de Israel no Líbano, em uma declaração emitida pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Nasser Kanaani.

Histórico de reconhecimento

O ataque no sábado atingiu uma cidade árabe nas Colinas de Golã, um território antes controlado pela Síria que foi capturado por Israel durante a guerra árabe-israelense de 1967. Israel anexou o território em 1981, um movimento que não foi reconhecido pela maior parte do mundo. Décadas depois, o presidente Donald Trump reconheceu a soberania israelense, mas a maioria dos países o considera território ocupado.

Cerca de 20.000 árabes drusos vivem nas Colinas de Golã, incluindo a cidade atingida pelo foguete; alguns ainda se consideram sírios, recusando a cidadania israelense. Judeus israelenses começaram a colonizar o território depois de 1967, e mais de 20.000 agora vivem na área. (com NYT e AFP)

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