Mundo

Israel pode assumir responsabilidade de Gaza por período indefinido após guerra, diz Netanyahu

Perguntado sobre quem deveria governar Gaza quando a guerra terminar, Netanyahu respondeu que achava que Israel "teria a responsabilidade geral pela segurança" do território indefinidamente

Israel afirmou que seu objetivo na guerra é destruir o grupo terrorista Hamas (JACQUELYN MARTIN/POOL/AFP /Getty Images)

Israel afirmou que seu objetivo na guerra é destruir o grupo terrorista Hamas (JACQUELYN MARTIN/POOL/AFP /Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 7 de novembro de 2023 às 08h51.

Israel terá de supervisionar a segurança da Faixa de Gaza "por um período indefinido" quando a guerra com o Hamas terminar, disse o primeiro-ministro Biniamyn Netanyahu em uma entrevista à rede de televisão americana ABC News que foi ao ar no fim da noite de segunda-feira, 6.

Perguntado sobre quem deveria governar Gaza quando a guerra terminar, Netanyahu respondeu que achava que Israel "teria a responsabilidade geral pela segurança" do território indefinidamente.

"Já vimos o que acontece quando não temos essa responsabilidade: a erupção do terror do Hamas em uma escala que não poderíamos imaginar", disse o primeiro-ministro a David Muir, da ABC.

Andamento da guerra na Faixa de Gaza

Israel afirmou que seu objetivo na guerra é destruir o grupo terrorista Hamas, que governa Gaza, e "despojá-lo de suas capacidades militares" em resposta aos atentados de 7 de outubro que o grupo realizou no sul de Israel.

As autoridades israelenses têm sido menos claras sobre quem deve tomar o lugar do Hamas no governo de Gaza, e os comentários de Netanyahu parecem indicar que Israel está se preparando para desempenhar pelo menos algum papel no controle do território por um tempo após o fim dos combates.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou que seria "um grande erro" Israel reocupar Gaza, de onde se retirou em 2005. As autoridades americanas disseram que Israel tem sido "muito claro" em não querer fazer isso. O Hamas tem sido o único grupo a governar o enclave desde 2007.

Netanyahu não entrou em detalhes na entrevista à ABC sobre o que a "responsabilidade geral pela segurança" de Gaza implicaria, mas disse que "aqueles que não quiserem continuar no caminho do Hamas" devem estar no comando.

Governo de Gaza

As autoridades israelenses disseram publicamente que é prematuro discutir o governo de Gaza e que estão concentradas em objetivos militares imediatos. Mesmo assim, à medida que o número de mortos palestinos e a destruição em Gaza aumentam, e as forças terrestres israelenses entram cada vez mais no território após um mês de guerra, a questão do que seguirá se tornou ainda mais urgente.

Analistas militares afirmam que Israel enfrenta uma escolha difícil entre reocupar Gaza e se retirar, alertando que o deslocamento em massa e o sofrimento dos civis causados pelos ataques aéreos e pela invasão terrestre de Israel podem colocar em risco o surgimento de outra organização militante que promova a resistência violenta a Israel.

O Secretário de Estado americano Antony Blinken disse aos repórteres em Tel Aviv na semana passada que os Estados Unidos estavam em conversações com Israel e outros líderes regionais sobre o que viria "no dia seguinte", e que duas coisas estavam claras: o Hamas não pode permanecer no poder e Israel não deseja reocupar Gaza.

"Portanto, dentro desses parâmetros, estamos e continuaremos a conversar com nossos parceiros em toda a região e muito além dela sobre o que deve acontecer depois que o Hamas for derrotado", disse ele. "Há várias possibilidades, permutações, mas é realmente prematuro entrar em detalhes sobre isso."

(Com agências internacionais).

Acompanhe tudo sobre:IsraelFaixa de Gaza

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia