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Israel pede a todos os países que transfiram suas embaixadas a Jerusalém

Netanyahu encorajou os diplomatas presentes a seguirem os passos da Casa Branca "porque é o correto e porque serve para avançar rumo à paz"

Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu: "peço a todos os países que se juntem aos Estados Unidos" (Francois Lenoir/Reuters)

Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu: "peço a todos os países que se juntem aos Estados Unidos" (Francois Lenoir/Reuters)

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EFE

Publicado em 13 de maio de 2018 às 15h54.

Jerusalém - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu neste domingo a todos os países que transfiram suas embaixadas de Tel Aviv para Jerusalém, que abriga as instituições de governo e que os israelenses consideram sua capital, apesar de a cidade não ser reconhecida como tal pela maior parte da comunidade internacional.

"Peço a todos os países que se juntem aos Estados Unidos e transfiram suas embaixadas para Jerusalém", disse o chefe de governo, que também acumula o cargo de titular de Relações Exteriores, em uma festa realizada nesse ministério para comemorar a conquista diplomática que representará a mudança, amanhã, da representação diplomática americana.

Netanyahu encorajou os diplomatas presentes a seguirem os passos da Casa Branca "porque é o correto e porque serve para avançar rumo a paz".

Jerusalém é a capital do povo judeu "há 3 mil anos" e "seguirá sendo eternamente", comentou Netanyahu.

O premiê e também titular de relações exteriores agradeceu à chanceler da Guatemala, Sandra Erica Jovel, que esteve presente na recepção, a decisão de seu país de também transferir a embaixada na próxima quarta-feira, com a presença do presidente Jimmy Morales, que chegará na terça-feira, especialmente para a ocasião.

Netanyahu indicou que "há outros países que estão cogitando" a mudança da embaixada, mas não quis assinalar quais são os mesmos porque essas informações são "segredos de Estado".

Além disso, o premiê israelense agradeceu ao presidente americano, Donald Trump, por ter se atrevido a "confrontar o inimigo, o Irã".

A filha de Trump, Ivanka, junto com seu marido, Jared Kushner, chegaram hoje a Tel Aviv para participarem amanhã da abertura da embaixada, que ficará no edifício que até agora funcionava a seção de vistos do Consulado Geral dos Estados Unidos em Jerusalém.

A delegação americana, que também compareceu na celebração no Ministério das Relações Exteriores israelense, é liderada pelo subsecretário de Estado, John Sullivan, e também conta com a participação do secretário do Tesouro, Steve Mnuchin.

Trump, por sua vez, não comparecerá ao ato de abertura da embaixada, apesar de ter dado indícios há algumas semanas que estava pensando em fazê-lo.

Netanyahu também mencionou em seu discurso a cantora Netta Barzilai, que ganhou ontem o festival Eurovision, e aproveitou para ironizar o movimento pró-Palestina que pediu o boicote à artista: "Aqueles que não queriam que Israel estivesse no Eurovision terão um Eurovision em Jerusalém no ano que vem".

Representantes de dezenas de países, entre eles muitos europeus, não compareceram à celebração de hoje no ministério israelense, pois estão em desacordo com a mudança da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém, o que rompe com o consenso da comunidade internacional.

De um total de 86 embaixadores e encarregados de negócios convidados à cerimônia, 40 confirmaram presença no evento.

Entre os países que não compareceram estão Espanha, Reino Unido, França e Itália, mas outros membros da União Europeia enviaram seus representantes, como Romênia, Hungria, Áustria e República Tcheca. EFE

lfp-aca/rpr

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