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Israel nega acordo de cessar-fogo em Gaza

Informação havia sido antecipada por uma autoridade do Hamas; segundo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a trégua ainda não foi fechada


	Soldados israelenses em cima de um tanque em uma área de preparação, perto da fronteira com a região central de Gaza
 (REUTERS / Darren Whiteside)

Soldados israelenses em cima de um tanque em uma área de preparação, perto da fronteira com a região central de Gaza (REUTERS / Darren Whiteside)

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Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2012 às 15h26.

Jerusalém - Uma autoridade do Hamas disse nesta terça-feira que o Egito mediou um acordo de cessar-fogo em Gaza que entraria em vigor em algumas horas, mas um porta-voz do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que "não estamos lá ainda".

"Um acordo para trégua foi acertado. Será declarado às 21 horas e entrará em vigor à meia-noite (20h de Brasília)", disse à Reuters a autoridade do Hamas Ayman Taha, do Cairo, onde ocorrem esforços intensos para interromper o conflito, que já dura sete dias.

O porta-voz de Netanyahu, Mark Regev, disse à Reuters que o anúncio foi prematuro e que as operações do Exército israelense em Gaza, território governado pelo Hamas, continuará junto com os esforços diplomáticos.

"Nós não estamos lá ainda", disse Regev à CNN. "A bola segue em jogo".

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, se dirigia à região para tentar acalmar o conflito e deve se reunir com Netanyhu em Jerusalém ainda nesta terça-feira.

Israel e EUA têm dito preferir uma solução diplomática para a crise em Gaza ao invés de uma possível operação israelense por terra no populoso território de 1,7 milhão de palestinos.

"Nenhum país iria tolerar ataques com foguetes contra suas cidades e contra seus cidadãos. Israel não pode tolerar tais ataques", disse Netanyahu ao lado do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

O líder do Hamas, Khaled Meshaal, disse na segunda-feira que Israel deve cessar sua ação militar na Faixa de Gaza e levantar o bloqueio que impõe ao território palestino em troca de um acordo.


Horas antes do anúncio do acordo pela autoridade do Hamas, a imprensa estatal do Egito citou o presidente do país, Mohamed Mursi, que teria dito que "a farsa da agressão israelense contra a Faixa de Gaza terminará na terça-feira".

Segundo a Mena, Mursi disse que "o esforço para concluir uma trégua entre os lados palestino e israelense irá produzir resultados positivos nas próximas horas".

Israel continuou com ataques aéreos, assim como foguetes palestinos atravessaram a fronteira nesta terça-feira.

O Exército israelense alvejou cerca de 100 locais em Gaza, incluindo armazéns de munição e a sede do Banco Nacional Islâmico. O Ministério da Saúde de Gaza disse que seis palestinos morreram.

A polícia de Israel disse que mais de 150 foguetes foram disparados desde Gaza até o final da tarde, e muitos deles foram interceptados pelo sistema de defesa antimísseis de Israel. Dez pessoas ficaram feridas em Israel, disseram o Exército e um serviço de ambulância.

Cerca de 126 palestinos morreram em uma semana de combates, a maioria deles civis, incluindo 27 crianças, disseram fontes hospitalares.

Três israelenses morreram na semana passada atingidos por um foguete disparado da Faixa de Gaza.

Hamas mira Jerusalém

Jerusalém foi alvo dos mísseis pela segunda vez desde que Israel iniciou a ofensiva aérea com o objetivo declarado de impedir os ataques de foguetes por militantes palestinos que têm atingido a região sul por anos.

O foguete, que caiu sem causar danos na Cisjordânia ocupada, desencadeou sirenes de alerta na cidade sagrada ao mesmo tempo em que Ban chegou a Jerusalém após negociações no Cairo.

Líderes israelenses analisam os benefícios e riscos de enviar tanques e soldados ao território palestino dois meses antes da eleição israelense, e indicaram preferir uma saída diplomática apoiada pelas potências mundiais, incluindo o presidente dos EUA, Barack Obama, a União Europeia e a Rússia.

No Cairo, Ban pediu por um cessar-fogo imediato e disse que uma operação israelense por terra em Gaza seria uma "escalada perigosa" que deve ser evitada.

Ele teve conversas na capital egípcia com o chefe da Liga Árabe, Nabil Elaraby, e deve se reunir com o presidente islâmico do Egito, Mohamed Mursi, antes de viajar a Israel, onde se encontrará com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

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