Danos em Gaza após ataques israelenses; mortos incluem mulheres e crianças (Omar AL-QATTAA/Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 16 de janeiro de 2025 às 18h17.
Pelo menos 83 palestinos foram mortos devido aos ataques lançados por Israel contra a Faixa de Gaza desde o anúncio do cessar-fogo, na última quarta, 15, que o governo israelense ainda não ratificou e só deverá entrar em vigor no próximo domingo, segundo relataram os serviços de emergência da Defesa Civil do enclave.
A última contagem da Defesa Civil relatou sete mortos na cidade de Khan Younis, no sul, quatro no centro do enclave e 72 na província de Gaza, no norte. Um dos últimos ataques, que deixou cinco mortos, ocorreu em Jabalia, no extremo norte do enclave, sitiado há mais de 100 dias.
No caso do ataque em Jabalia, entre as vítimas estavam duas crianças e duas mulheres, de acordo com a agência de notícias oficial palestina “Wafa”.
“No último dia, a Força Aérea de Israel realizou ataques contra aproximadamente 50 alvos terroristas ao longo da Faixa de Gaza”, informou, por sua vez, o Exército israelense em comunicado na tarde desta quinta-feira.
Os alvos incluíam milicianos do Hamas e da Jihad Islâmica Palestina, sendo que um dos ataques matou um combatente identificado como Hasham Zahedi Abu al-Rus, segundo as forças israelenses. O Exército alega que Al-Rus participou do massacre no festival Nova, ocorrido em 7 de outubro de 2023, no qual 364 pessoas morreram.
As Forças Armadas também afirmaram que tomaram medidas preventivas para evitar ferir civis e acusaram o Hamas de usar a população como escudo humano. O Hamas, por outro lado, declarou que Israel bombardeou o local onde seus combatentes mantinham uma refém, que seria libertada na primeira fase do acordo de cessar-fogo, sem especificar sua condição.
“Neste ponto, qualquer ataque ou bombardeio inimigo pode transformar a libertação de um prisioneiro em uma tragédia”, disse Abu Obeida, porta-voz do braço armado do grupo islâmico.
A primeira fase do acordo de cessar-fogo prevê um período de 42 dias durante o qual 33 reféns seriam libertados. No entanto, o governo israelense ainda não aprovou o acordo.
Dos 251 sequestrados em 7 de outubro de 2023, 94 permanecem em Gaza e as autoridades israelenses estimam que pelo menos 34 estejam mortos.
Desde o início da retaliação israelense na Faixa de Gaza, que já dura mais de 15 meses, 46.788 palestinos foram mortos e outros 110.453 ficaram feridos, de acordo com os números divulgados.