O governo de Natanyahu manteve o bloqueio de fundos à Autoridade Palestina (Gali Tibbon/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2011 às 12h56.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2017 às 16h56.
Jerusalém - O gabinete de segurança israelense decidiu nesta segunda-feira manter o bloqueio de fundos devidos à Autoridade Palestina, congelados em retaliação à adesão da Palestina como membro de direito pleno à Unesco, anunciou um alto funcionário israelense.
"Não há mudança na decisão de 1º de novembro de bloquear temporariamente a transferência de fundos para a Autoridade Palestina", declarou à AFP essa autoridade que pediu para não ser identificada, sem indicar quando a medida será examinada novamente.
"Estamos decepcionados que os palestinos não tenham respondido ao apelo do Quarteto por um retorno às negociações de paz diretas", acrescentou, após uma reunião do Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, União Europeia, ONU, Rússia) realizada sucessivamente com representantes palestinos e israelenses em Jerusalém.
Após a admissão da Palestina à Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou que a colonização em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada fosse acelerada, além do congelamento provisório da transferência de fundos devidos aos palestinos.
Esses fundos correspondem ao reembolso dos direitos aduaneiros e de TVA obtidos sobre os produtos destinados aos palestinos que transitam pelos portos e aeroportos israelenses.
Os acordos de Paris de 1994 estabelecem o recolhimento por Israel dessas taxas, que representam dois terços das receitas orçamentárias da Autoridade e permitem pagar mais de 150.000 funcionários públicos palestinos, cuja massa salarial representa cerca de 160 milhões de dólares ou 115 milhões de euros.