Agência de Notícias
Publicado em 21 de fevereiro de 2025 às 13h35.
Israel libertará 602 prisioneiros palestinos no sábado em troca dos seis reféns que o grupo islâmico palestino Hamas entregará e dos quatro corpos que devolveu ontem, anunciou o Escritório de Mídia para Prisioneiros Palestinos do Hamas.
Serão libertados 50 prisioneiros condenados à prisão perpétua, 60 com penas altas, 47 prisioneiros que foram libertados no acordo de Shalit em 2011 e detidos novamente depois, e 445 prisioneiros capturados na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023, durante a guerra.
Esses prisioneiros serão libertados em troca dos quatro corpos que o Hamas entregou a Israel na quinta-feira, já que sua libertação foi adiada para sábado para dar tempo ao instituto forense de identificar os corpos, e dos seis reféns vivos que serão libertados amanhã.
A libertação de prisioneiros de sábado é a maior até o momento, enquanto se aguarda a divulgação do destino de cada um deles e a lista final de quem será libertado.
Normalmente, os detidos na Faixa de Gaza após 7 de outubro de 2023 são devolvidos ao enclave, enquanto muitos dos prisioneiros que foram condenados à prisão perpétua são deportados. Os demais, dependendo de sua origem, vão para Cisjordânia, Jerusalém Oriental ou Gaza.
Na troca de 15 de fevereiro, o então diretor da Comissão de Detentos, Qadura Fares, disse à Agência EFE que os deportados poderiam ser enviados para Paquistão, Malásia, Catar e Turquia, além de Egito, para onde sempre são levados em primeira instância. Fares foi demitido esta semana pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Fares disse que, até o momento, apenas a Turquia, além do Egito, recebeu prisioneiros, e que os outros países “estão trabalhando nos elementos logísticos” para garantir a chegada dos prisioneiros. A inclusão de Paquistão, Malásia e Catar na lista é um avanço para o político, já que há semanas nenhum outro Estado árabe havia concordado em receber os deportados.
Além disso, o então chefe da Comissão disse que o Egito estava pedindo ao governo palestino que encontrasse outros países receptores.
Prova disso é que, durante a cerimônia de quinta-feira em que o Hamas entregou corpos à Cruz Vermelha na Faixa de Gaza como parte do acordo de cessar-fogo, vários prisioneiros palestinos que deveriam ter sido deportados para o Egito estavam na plateia, incluindo o combatente Mohamed Abu Warda, condenado a 48 sentenças de prisão perpétua.
Como outros criminosos de sangue, ele deveria ser deportado para o Egito, mas as autoridades egípcias se recusaram a receber cerca de 30 prisioneiros condenados por crimes graves.