Ataque em Gaza: o negociador-chefe palestino disse estar em contato com a comunidade internacional, a ONU e a União Europeia (UE) (REUTERS)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2012 às 22h59.
Gaza - Israel lançou uma grande ofensiva contra militantes palestinos na Faixa de Gaza nesta quarta-feira, matando o comandante militar do Hamas em um ataque aéreo e ameaçando uma invasão do território, ofensiva que o grupo islâmico prometeu "abrir as portas do inferno".
O ataque destruiu a esperança de que uma trégua mediada pelo Egito na terça-feira pudesse afastar os dois lados de uma guerra, depois de cinco dias de crescentes ataques de foguetes palestinos e ações israelenses contra alvos militantes.
A operação "Pilar da Defesa" começou com um ataque cirúrgico a um carro que transportava o comandante do braço militar do Hamas, o movimento islâmico que controla Gaza e domina uma legião de pequenos grupos armados.
Poucos minutos depois da morte de Ahmed Al-Jaabari, grandes explosões atingiram Gaza, enquanto a força aérea israelense atacava alvos selecionados pouco antes do pôr do sol, provocando nuvens de fumaça e detritos sobre a populosa cidade.
Civis em pânico correram em busca de refúgio e o número de mortos aumentava rapidamente. Sete pessoas, incluindo duas meninas com menos de cinco anos de idade, morreram, segundo o Ministério da Saúde.
Uma segunda guerra em Gaza está no horizonte há meses com o crescimento dos ataques de foguetes palestinos e ofensivas israelenses, que se tornaram mais frequentes.
Uma operação israelense entre 2008 e 2009 teve início após uma semana de ataques aéreos e bombardeios, seguidos de uma invasão terrestre da faixa costeira bloqueada. Cerca de 1.400 palestinos e 13 israelenses morreram.
O Hamas disse que Jaabari, que dirigia o braço armado da organização, Izz el-Deen Al-Qassam, morreu junto com um passageiro não identificado depois que o carro em que estavam foi atingido por mísseis israelenses.
Os destroços carbonizados e mutilados do carro puderam ser vistos em chamas, enquanto equipes de emergência recolhiam o que pareciam ser partes de corpo.
Portões do inferno - Israel confirmou ter realizado o ataque e anunciou haver mais por vir. Testemunhas da Reuters viram instalações de segurança do Hamas e delegacias de polícia destruídas.
"Esta é uma operação contra alvos terroristas de diferentes organizações em Gaza", disse a jornalistas a porta-voz do Exército israelense, coronel Avital Leibovitch.
Jaabari tinha "uma grande quantidade de sangue em suas mãos", disse ela. Outros grupos militantes, incluindo a Jihad Islâmica, estavam na lista de alvos.
Chamados por vingança foram imediatamente transmitidos pela rádio do Hamas.
"A ocupação abriu as portas do inferno", disse o braço armado do Hamas. Grupos menores também prometeram atacar.
"Israel declarou guerra contra Gaza e eles vão arcar com a responsabilidade pelas conseqüências", disse a Jihad Islâmica.
Comunidades israelenses no Sul do país, dentro do alcance de foguetes de Gaza, estão em alerta total, e as escolas estarão fechadas na quinta-feira. Cerca de um milhão de israelenses vivem na área de alcance do foguetes relativamente primitivos, porém letais, disparados de Gaza, suplementados nos últimos meses por sistemas de longo alcance mais precisos.
"Os dias que enfrentaremos no Sul, na minha opinião, provarão prolongados", disse o brigadeiro-general Yoav Mordechai, porta-voz militar de Israel, disse à emissora de TV Channel 2.
Mordechai disse que Israel estava respondendo a uma onda de foguetes palestinos no início desta semana e para tentar impedir que o Hamas e outras facções palestinas fortaleçam ainda mais seus arsenais.
Entre os alvos dos ataques aéreos de quarta-feira estavam esconderijos subterrâneos de mísseis de longo alcance do Hamas, segundo ele.
Questionado sobre se Israel poderia mandar tropas terrestres, Mordechai disse: "Há preparativos, e se somos obrigados a (fazê-lo), a opção de uma entrada por terra está disponível." O Hamas governa Gaza desde 2007 e não reconhece o direito de Israel de existir.