Agência de notícias
Publicado em 23 de fevereiro de 2025 às 12h06.
O Exército de Israel anunciou, neste domingo, 23, a expansão das operações na Cisjordânia ocupada, incluindo a implantação de uma divisão de tanques na cidade de Jenin. Esta é a primeira vez que carros de combate operam no território palestino desde o fim da segunda intifada, em 2005.
“As FDI (militares), o Shin Bet (agência de segurança) e as forças policiais de fronteira continuam sua operação antiterrorista no norte de Samaria (Cisjordânia) e estão expandindo as atividades ofensivas na área”, disse um comunicado militar, acrescentando que “uma divisão de tanques operará em Jenin como parte do esforço ofensivo”.
Há um mês, os militares iniciaram um grande ataque contra militantes palestinos na Cisjordânia, logo após o início de uma trégua na Faixa de Gaza, outro território palestino. A operação israelense na região abrange vários campos de refugiados perto das cidades de Jenin, Tulkarem e Tubas.
“Até agora, 40 mil palestinos foram evacuados dos campos de refugiados de Jenin, Tulkarem e Nur Shams, que agora estão vazios de moradores”, disse o ministro da Defesa, Israel Katz, em um comunicado. “Instruí (as tropas) a se prepararem para uma presença prolongada nos campos liberados durante o próximo ano e a impedir o retorno dos moradores e o ressurgimento do terrorismo”, acrescentou.
Segundo as Nações Unidas, a ofensiva israelense já matou pelo menos 51 palestinos, incluindo sete crianças, e três soldados israelenses, além de deslocar pelo menos 40 mil cidadãos.
"A Brigada Nahal (de infantaria) e as forças da Unidade Duvdevan (de elite) começaram a intervir em outras aldeias" no norte do território, destaca a declaração de Katz, acrescentando que as forças "estão continuando suas operações nas regiões de Jenin e Tulkarem".
A fala foi feita dois dias depois que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, durante uma rara visita às tropas no território, ordenou que o exército intensificasse suas operações na Cisjordânia, que Israel ocupa desde 1967. A visita ao campo de refugiados de Tulkarem atraiu a condenação palestina.
O anúncio de Netanyahu foi feito depois que bombas explodiram em vários ônibus vazios no centro de Israel na última quinta-feira. Segundo autoridades israelenses, os explosivos lembravam aqueles usados por militantes na Cisjordânia. O ataque não deixou feridos.
“Estamos entrando em redutos terroristas, arrasando ruas inteiras que os terroristas usam, e suas casas. Estamos eliminando terroristas, comandantes”, alegou Netanyahu.
Tanto em Tulkarem quanto em Jenin, o exército demoliu dezenas de casas com explosivos, abrindo novas rotas de acesso aos campos densamente construídos. A violência na Cisjordânia aumentou desde que a guerra em Gaza começou, em outubro de 2023.