Agência de Notícias
Publicado em 28 de julho de 2025 às 08h44.
O COGAT, órgão militar israelense encarregado de assuntos civis nos territórios ocupados, assegurou que 120 caminhões com ajuda humanitária entraram na Faixa de Gaza ao longo do domingo, em contraste com os 73 anunciados pelo governo do Hamas no enclave.
"Mais de 120 caminhões foram recolhidos e distribuídos ontem pela ONU e pelas organizações internacionais. Outros 180 caminhões adicionais entraram em Gaza e estão agora esperando sua coleta e distribuição, junto com centenas de outros que continuam na fila para serem coletados pela ONU", disse o comunicado publicado pelo COGAT na rede social X.
Os dados do Exército israelense divergem dos do governo de Gaza, que informou apenas o acesso de 73 caminhões à Faixa: cerca de 35 do Programa Mundial de Alimentos (PMA), outros 25 do Crescente Vermelho egípcio e um número indeterminado da ONG World Central Kitchen e de empresas privadas.
Segundo fontes de Gaza, a maioria desses 73 caminhões foi assaltada.
O COGAT acusou novamente no comunicado a ONU de não recolher os caminhões que entram na Faixa, alegando que apenas uma "coleta e distribuição mais consistente por parte das agências" das Nações Unidas e outras organizações internacionais fará com que a ajuda chegue a quem precisa no enclave.
Essas agências vêm denunciando ao longo da ofensiva israelense, mas especialmente desde que Israel rompeu o cessar-fogo em Gaza em 18 de março, os longos processos burocráticos, logísticos e administrativos que devem realizar com as Forças Armadas para conseguir que a ajuda chegue.
Entre eles, o processo para que seus comboios possam ir à fronteira para recolher o conteúdo dos caminhões que entram, o que requer permissões constantes do Exército para atravessar zonas de combate ativo e pode se estender por horas.
Israel anunciou no domingo o início de "pausas táticas" nos combates em uma faixa junto à costa de Gaza das 10h às 20h, para "propósitos humanitários". Também disse que garantiria a segurança de várias rotas entre 6h e 23h para facilitar a passagem dos caminhões das organizações internacionais com ajuda.
Questionado pela Agência EFE, o Exército não esclareceu quais são essas rotas. No entanto, as tropas abriram fogo contra a população na passagem de Zikim quando esperavam o acesso de ajuda dentro das horas estabelecidas, causando cerca de dez mortes, segundo as autoridades de saúde locais.
Antes da guerra, cerca de 500 caminhões com ajuda entravam diariamente em Gaza, o que as organizações internacionais já consideravam insuficiente.