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Israel envia mensagens de texto a palestinos oferecendo recompensas por informações sobre reféns

Oferta é divulgada em meio às negociações para um novo cessar-fogo, que visa a troca entre cativos e prisioneiros palestinos; pelo menos 132 pessoas ainda permanecem no enclave palestino

Mais de 240 pessoas foram sequestradas durante o ataque terrorista contra o Estado judeu em 7 de outubro pelo Hamas e outros grupos palestinos (Mohammed Zanoun/Getty Images)

Mais de 240 pessoas foram sequestradas durante o ataque terrorista contra o Estado judeu em 7 de outubro pelo Hamas e outros grupos palestinos (Mohammed Zanoun/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 19 de fevereiro de 2024 às 11h20.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2024 às 11h29.

Em meio às tratativas para um novo cessar-fogo, palestinos na Faixa de Gaza têm recebido mensagens de texto que oferecem recompensas em dinheiro em troca de informações sobre reféns mantidos no enclave palestino, informou o jornal Times of Israel. Segundo o Ynet, as mensagens têm sido enviadas pelas Forças Armadas israelenses. Mais de 240 pessoas foram sequestradas durante o ataque terrorista contra o Estado judeu em 7 de outubro pelo Hamas e outros grupos palestinos.

Segundo o Times of Israel, a mensagem diz: "Você está interessado em um futuro melhor para a sua família e em uma bela recompensa financeira? Você tem informações sobre os reféns ou sobre quem os está mantendo em cativeiro? Não hesite em entrar em contato conosco pelo número a seguir." O conteúdo teria sido compartilhado nas redes sociais palestinas. As mensagens teriam ainda links para outros canais de contato e um link com a imagens dos reféns.

Estratégias na guerra

Esta não é a primeira vez que os militares de Israel ofereceram recompensas por informações sobre os reféns em Gaza. Em outubro do ano passado, cerca de duas semanas após o ataque terrorista do Hamas contra Israel, as forças do Estado judeu lançaram panfletos no enclave palestino, oferecendo proteção e recompensa para aqueles que os contactassem com informações sobre os cativos. Segundo o jornal The Guardian, muitos rasgaram o papel imediatamente, já que a oferta poderia levantar incerteza do grupo palestino sobre quem aceitou ou não a proposta.

Nesta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Catar — um dos principais mediadores do conflito no Oriente Médio — acusou Israel de tentar “prolongar a guerra” após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exigir que Doha pressionasse o Hamas para libertar os reféns que ainda seguem cativos na Faixa de Gaza. Em um comunicado no X, Majed al-Ansari disse que "as recentes declarações do primeiro-ministro israelense apelando ao Catar para pressionar o Hamas a libertar os reféns nada mais são do que uma nova tentativa de encalhar e prolongar a guerra por razões que se tornaram óbvias para todos".

Al-Ansari reagiu depois que, de acordo com a mídia israelense, Netanyahu advertiu que "ninguém mais" além do Catar poderia pressionar o Hamas, já que Doha abriga o escritório político do grupo. A esse respeito, o porta-voz lembrou que o seu país "está comprometido desde o primeiro dia com os esforços de mediação" para interromper a guerra e libertar os reféns, afirmando que "a mediação é o único método eficaz para garantir o retorno dos reféns, a redução da tensão e a proteção da segurança regional". No fim de janeiro, o Catar acusou Netanyahu de obstruir novas negociações de cessar-fogo e libertação de reféns com o grupo fundamentalista islâmico para ganhos políticos pessoais.

O Hamas e outros grupos terroristas aliados, como a Jihad Islâmica, sequestraram 250 pessoas durante o ataque de 7 de outubro do ano passado, segundo o balanço de autoridades de Israel. Desse total, estima-se que 132 ainda estejam em cativeiros do movimento palestino que governa a Faixa de Gaza e de outros extremistas. Em novembro, no último acordo entre as partes, mediado pelos EUA, Egito e Catar, 110 cativos foram libertados em troca de 240 palestinos detidos em prisões israelenses.

Negociações 'pouco promissoras'

Uma nova proposta para um novo cessar-fogo — discutida pela primeira vez em Paris, no fim de janerio, entre autoridades israelenses, cataris, egípcias e americanas — foi organizada em etapas e originalmente suspenderia os combates por três meses, permitindo a troca de reféns e prisioneiros palestinos, bem como a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
Os mediadores pareciam satisfeitos e confiantes assim que a proposta foi entregue ao Hamas, que a princípio teria respondido de maneira "positiva". Contudo, ao ser encaminhada de volta para as autoridades israelenses a resposta foi interpretada ao contrário, já que as exigências do grupo foram consideradas inaceitáveis pelo país. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descreveu a contraproposta como "delirante".

No domingo, o primeiro-ministro do Catar afirmou que as conversações entre Israel e o Hamas para chegar a um acordo de cessar-fogo no conflito foram "pouco promissoras" nos últimos dias, embora Doha siga "otimista". No mesmo dia, o ministro israelense Benny Gantz, membro do gabinete de guerra, também afirmou que o Estado judeu lançará a ofensiva anunciada contra o Hamas em março, inclusive em Rafah, se o grupo não libertar os reféns até o início do Ramadã, que terá início no próximo dia 10. (Com El País)

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