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Israel envia emissário ao Catar para negociar cessar-fogo em Gaza

O chefe dos serviços de inteligência israelenses (Mosad), David Barnea, dirige-se a Doha nesta sexta-feira, 5

Khan Yunis, sul de Gaza, após um bombardeio israelense em 4 de julho de 2024 (AFP/AFP)

Khan Yunis, sul de Gaza, após um bombardeio israelense em 4 de julho de 2024 (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 5 de julho de 2024 às 10h52.

Última atualização em 5 de julho de 2024 às 11h42.

Um emissário israelense chegará nesta sexta-feira, 5, ao Catar para iniciar novas negociações sobre um cessar-fogo em Gaza, onde os combates contra o grupo islamista palestino Hamas não cessam há quase nove meses.

O chefe dos serviços de inteligência israelenses (Mosad), David Barnea, dirige-se a Doha depois que o Hamas afirmou ter novas "ideias" para acabar com a guerra no território palestino, desencadeada pela incursão de milicianos islamistas no sul de Israel, em 7 de outubro.

Barnea se reunirá com o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani, segundo uma fonte próxima às negociações. A data exata da reunião não foi comunicada.

Os esforços de mediação por parte de Catar, Estados Unidos e Egito enfrentam exigências irreconciliáveis de ambos os lados. Além disso, as trocas diárias de disparos entre Israel e o movimento islamista libanês Hezbollah, na fronteira norte do Estado israelense, alimentam o receio de uma guerra paralela.

O poderoso movimento islamista libanês, aliado ao Hamas, lançou mais de 200 foguetes e drones explosivos contra o norte de Israel na quinta-feira, onde sirenes antiaéreas ecoaram até as Colinas de Golã, um território sírio anexado por Israel.

O Hezbollah, que já tinha disparado uma centena de foguetes na quarta-feira, declarou que os lançamentos faziam parte da resposta à morte de um de seus comandantes em um bombardeio israelense no sul do Líbano.

Em resposta, o Exército de Israel disse ter atacado instalações de lançamento de mísseis naquela região do Líbano. 

"Na dura campanha contra o Líbano, estabelecemos um princípio: quem nos ataca é um homem morto", declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante uma visita ao quartel-general da Força Aérea em Tel Aviv. 

A guerra também levou a uma intensificação da violência na Cisjordânia ocupada por Israel, onde a Autoridade Palestina anunciou nesta sexta-feira que cinco palestinos morreram em um ataque israelense a Jenin.

Para onde ir?

No ataque de 7 de outubro no sul de Israel, milicianos do Hamas mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

O Exército israelense estima que 116 pessoas permanecem cativas em Gaza, das quais 42 teriam morrido.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já deixou pelo menos 38.011 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governado pelo Hamas desde 2007.

Dezenas de milhares de palestinos deixaram setores do leste de Rafah e Khan Yunis desde segunda-feira, depois que o Exército israelense ordenou uma evacuação.

"Saímos, mas não sabemos para onde ir. É muito difícil, faz muito calor e temos filhos conosco", disse Um Malek Al Najjar, uma mulher que deixou o leste da cidade de Khan Yunis, em ruínas depois de vários meses de batalha.

Desde o início da guerra, pelo menos nove em cada dez pessoas em Gaza foram deslocadas pelo menos uma vez, ou 1,9 milhão de pessoas, segundo a ONU.

Testemunhas relataram disparos de artilharia israelense e ataques aéreos em Khan Yunis e Rafah nesta sexta-feira, assim como a incursão de veículos militares. De acordo com o Crescente Vermelho palestino, um homem morreu por disparos de foguetes em Bani Suhaila, a leste de Khan Yunis.

Muito trabalho a fazer

Os Estados Unidos estimam que Israel e o Hamas têm uma "oportunidade significativa" de chegar a um consenso, afirmou na quinta-feira um alto funcionário dos EUA, que pediu para não ser identificado.

"Isso não significa que o pacto será concluído nos próximos dias" porque há "muito trabalho a fazer em determinadas fases da sua implementação", acrescentou a fonte.

Até agora, as partes em conflito permanecem inflexíveis nas suas posições.

Netanyahu garante que a guerra continuará até "a destruição do Hamas e a libertação de todos os reféns". E o movimento islamista palestino exige um cessar-fogo permanente e uma retirada total de Israel em Gaza.

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