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Israel diz que projeto enviado à ONU é artifício enganador

Ministro das Relações Exteriores de Israel descreveu como um artifício enganador um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU


	Avigdor Lieberman: "certamente isso não vai acelerar um acordo, porque sem o consentimento de Israel, nada vai mudar"
 (Ronen Zvulun/Reuters)

Avigdor Lieberman: "certamente isso não vai acelerar um acordo, porque sem o consentimento de Israel, nada vai mudar" (Ronen Zvulun/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 07h56.

Jerusalém - O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, descreveu nesta quinta-feira como um artifício enganador um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU proposto por palestinos que prevê um acordo de paz dentro de um ano, assim como a desocupação dos territórios palestinos até o fim de 2017.

"Certamente isso não vai acelerar um acordo, porque sem o consentimento de Israel, nada vai mudar", disse Lieberman em comunicado. O projeto de resolução foi submetido formalmente pela Jordânia ao conselho formado por 15 países, o que significa que pode ser colocado em votação já 24 horas após a apresentação, embora isso não seja uma garantia.

Alguns projetos nunca chegaram a ser votados. Lieberman disse que uma medida unilateral na ONU, que viria em seguida ao fracasso das negociações mediadas pelos Estados Unidos sobre a criação de Estado palestino em abril, apenas aprofundaria ainda mais um conflito que já dura uma década.

"Seria melhor se o Conselho de Segurança lidasse com questões realmente importantes para os cidadãos do mundo, tais como os ataques assassinos esta semana na Austrália e Paquistão, ou as discussões sobre Síria e Líbia, e não desperdiçar tempo com os artifícios dos palestinos", disse.

Os palestinos buscam formar um Estado incluindo Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, áreas capturadas por Israel na guerra de 1967 no Oriente Médio. Israel se retirou de Gaza em 2005, mas continua a bloquear o enclave, que é controlar pelo Hamas, considerado inimigos dos israelenses.

Nove votos são necessários para que a resolução seja adotada, o que forçaria os EUA, aliados mais próximos de Israel, a decidirem se vetam ou não a decisão. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse na terça que os EUA não fizeram "nenhuma determinação sobre linguagem, abordagem, resoluções específicas ou nada do tipo".

França, Grã-Bretanha e Alemanha também preparam uma resolução, na qual seria proposta a conclusão das negociações de paz no prazo de dois anos, segundo o chanceler francês, Laurent Fabius.

O projeto palestino já submetido parece ecoar algumas das ideias dos europeus. Enquanto os comentários de Lieberman foram desdenhosos em relação à resolução, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, manifestou estar alarmado com a pressão internacional para que Israel se retire dos territórios ocupados, alegando que militantes islamistas entrariam assim que os israelenses saíssem.

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