Jovens palestinos: palestinos alertam que, quando o prazo acabar, podem tomar medidas legais nos tribunais internacionais contra os assentamentos israelenses (REUTERS/Mohamad Torokman)
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2014 às 14h31.
Tel Aviv - O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, declarou que uma retirada de Israel dos territórios palestinos deve levar no máximo 3 anos após a assinatura de um acordo de paz.
"Aqueles que propõem um prazo de 10 a 15 na realidade não querem retirada nenhuma", afirmou Abbas em uma entrevista exibida nesta terça-feira durante a conferência anual do Instituto de Estudos sobre Segurança Nacional (INSS), em Tel Aviv.
"Nós acreditamos que em um prazo razoável, que não supere 3 anos, Israel pode se retirar gradualmente", explicou.
Israel quer manter sua presença militar por um longo prazo no Vale do Jordão, que faz fronteira com a Jordânia e a Cisjordânia, mas os palestinos insistem que as tropas israelenses devem se retirar completamente, abrindo caminho para forças internacionais.
"Nós não temos problema com a presença de uma terceira força depois ou durante a retirada, para assegurar tanto para Israel quanto para nós que o processo seja completo", disse Abbas. "Consideramos a Otan apropriada para essa missão", explicou.
Abbas reiterou as demandas palestinas de que uma solução de dois Estados seja baseada nas fronteiras anteriores à ocupação israelense de 1967, e ressaltou a importância de ter Jerusalém Oriental anexada como capital palestina.
Os dois lados começaram em julho uma negociação de paz, apoiada pelos Estados Unidos e planejada para durar 9 meses, mas até agora fizeram poucos progressos.
Os palestinos alertam que, quando o prazo acabar, podem tomar medidas legais nos tribunais internacionais contra os assentamentos israelenses.
Mas Abbas expressou esperança de um avanço até abril.
"Espero que nós sejamos bem-sucedidos para que não tenhamos que recorrer a um confronto legal, diplomático, ou político".
"Uma solução traria o reconhecimento diplomático de Israel por parte de 57 países muçulmanos", Abbas acrescentou.
"Espero que os israelenses possam entender o que é estar em um oceano de paz, da Mauritânia até a Indonésia, em vez numa ilha de paz, como ocorre no momento", completou.