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Israel deixa de cooperar com Unesco por questão de Jerusalém

O rascunho de resolução da Unesco, patrocinado por diversos países árabes, usa apenas o nome islâmico para uma colina que é sagrada para judeus muçulmanos


	Unesco: os judeus se referem ao local como Monte do Templo e os muçulmanos o chamam de Santuário Nobre
 (Miguel Medina/AFP)

Unesco: os judeus se referem ao local como Monte do Templo e os muçulmanos o chamam de Santuário Nobre (Miguel Medina/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2016 às 12h33.

Jerusalém - Israel suspendeu a cooperação com a Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas (Unesco), um dia após a instituição ter adotado um rascunho de resolução que Israel afirma que nega a conexão histórica judaica a locais sagrados em Jerusalém.

O rascunho de resolução da Unesco, patrocinado por diversos países árabes, usa apenas o nome islâmico para uma colina que é sagrada para judeus muçulmanos, na qual se encontra o Muro das Lamentações.

A validação da resolução deve ocorrer na semana que vem e dificilmente uma mudança no nome deve ser feita. Os judeus se referem ao local como Monte do Templo e os muçulmanos o chamam de Santuário Nobre, aonde está a mesquita de Al-Aqsa e o Domo Dourado.

É o local mais sagrado para o judaísmo e o terceiro mais sagrado para o islamismo, após Meca e Medina na Arábia Saudita.

O ministro de Educação de Israel, Naftali Bennet, informou a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova da decisão do país nesta sexta-feira.

"Após a decisão vergonhosa dos membros da Unesco de negarem a história e ignorarem centenas de anos da ligação judaica com Jerusalém e com o Monte do Templo, eu notifiquei a Comissão Nacional de Israel para a Unesco para suspender todas as atividades profissionais com a organização internacional", disse Bennet.

Israel anexou Jerusalém Oriental, aonde estão localizados locais sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos, em 1967 na Guerra dos Seis Dias. Os palestinos afirmam que o território deve ser parte de seu futuro estado e seu destino é uma disputa central.

"A herança de Jerusalém é indivisível e todas as suas comunidades têm o direito do reconhecimento total de sua história e relacionamento com a cidade", afirmou Bokova, em comunicado. Fonte: Associated Press.

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