Mundo

Israel convoca embaixador da Espanha por voto em Conselho da ONU

A Espanha foi um dos países que votou a favor da investigação da morte de palestinos durante protestos em Gaza no Conselho de Direitos Humanos da ONU

Gaza: cerca de 60 palestinos morreram e mais de 2 mil ficaram feridos durante os protestos do dia 14 de maio (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

Gaza: cerca de 60 palestinos morreram e mais de 2 mil ficaram feridos durante os protestos do dia 14 de maio (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

E

EFE

Publicado em 21 de maio de 2018 às 15h05.

Jerusalém - Israel convocou nesta segunda-feira o embaixador da Espanha em Tel Aviv e o de outros dois países europeus após os votos no Conselho de Direitos Humanos da ONU (CDH) a favor de investigar as recentes mortes de palestinos em Gaza por fogo do Exército, confirmou à Agência Efe uma fonte oficial.

"Os embaixadores da Espanha e da Eslovênia foram convidados hoje e o da Bélgica comparecerá amanhã", confirmou à Efe o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores israelense Emmanuel Nahson.

O embaixador espanhol perante Israel, Manuel Gómez-Acebo, foi recebido hoje na sede de Relações Exteriores em Jerusalém por Rodica Radian-Gordon, a encarregada da Europa desta pasta.

Radian-Gordon transmitiu ao diplomata espanhol a posição de seu país, absolutamente contrária à decisão tomada na sessão especial de no último dia 18 do CDH, com sede em Genebra, que aprovou o envio de uma missão internacional independente para investigar possíveis violações dos direitos humanos nos recentes protestos de palestinos em Gaza.

A resolução - aprovada por 29 votos a favor, 2 contra e 14 abstenções - pede a Israel que colabore com essa comissão e que autorize a entrada ao país e aos territórios palestinos dos membros da comissão e, além disso, que os protestos palestinos transcorram de forma pacífica e que sejam evitadas as ações que ponham em risco a vida dos civis.

O texto também pede ao Governo israelense que coloque fim à ocupação dos territórios palestinos e julgue os que dispararam contra manifestantes desarmados.

Desde 30 de março até 15 de maio os palestinos, convocados conjuntamente pelas distintas facções, fizeram protestos maciços junto à cerca divisória com Israel a cada sexta-feira e na segunda-feira, por ocasião da inauguração nesse dia da Embaixada de EUA em Jerusalém e pela comemoração, no dia seguinte, do 70° aniversário da Nakba (Catástrofe, em árabe, como denominam o exílio e usurpação que supôs para eles a criação de Israel).

Na segunda-feira 14, 60 palestinos morreram por fogo de atiradores israelenses, e mais de mil foram feridos à bala, um número que se sobe para 114 falecidos na série de protestos e incidentes violentos na Faixa desde final de março.

Vários países, organismos e ONGs condenaram a violência no que consideraram um possível abuso da força por parte de Israel, ao tratar-se em maioria de manifestantes desarmados.

Israel, no entanto, assegura que dezenas deles eram membros do Hamas e argumenta que era a única forma de defender sua fronteira de uma massa que tratava de atacá-la para passar ao outro lado e agredir seus civis e soldados.

Um membro destacado do Hamas afirmou na semana passada que 50 dos 60 mortos na segunda-feira eram de seu grupo, mas um porta-voz oficial o desmentiu mais tarde e garantiu que meia centena eram civis.

Dias antes, Hamas garantiu que dez dos falecidos eram membros das forças de segurança em Gaza, controladas pelo movimento islamita.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseFaixa de GazaIsraelONUPalestina

Mais de Mundo

Presidente do México diz que “não haverá guerra tarifária” com EUA por causa de Trump

Austrália proíbe acesso de menores de 16 anos às redes sociais

Putin ameaça usar míssil balístico de capacidade nuclear para bombardear Ucrânia

Governo espanhol avisa que aplicará mandado de prisão se Netanyahu visitar o país