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Israel classifica poema de Nobel como "antissemita"

No texto, Grass classifica Israel como uma "potência atômica" e diz que o país põe em perigo a paz mundial

O escritor, de 84 anos é considerado uma autoridade moral na Alemanha, e comentou que ficou em silêncio "tempo demais" por causa do medo de ser considerado antissemita (Sean Gallup/ Getty Images)

O escritor, de 84 anos é considerado uma autoridade moral na Alemanha, e comentou que ficou em silêncio "tempo demais" por causa do medo de ser considerado antissemita (Sean Gallup/ Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2012 às 13h50.

Berlim, - A embaixada israelense em Berlim e o Conselho Central dos Judeus na Alemanha protestaram contra um poema de Günter Grass, Prêmio Nobel de Literatura, publicado nesta quarta-feira em vários jornais europeus e que acusa Israel de pôr em perigo a segurança mundial com seu programa atômico e seu plano de atacar o Irã.

Para o embaixador de Israel na Alemanha, Emmanuel Nahshon, o poema "Was gesagt werden muss" ("O que é preciso dizer") segue a "tradição de outros tantos antissemitismos". "Israel é o único Estado do mundo cujo direito à existência aparentemente se questiona", acrescentou o diplomata.

A reação da embaixada foi parecida com a do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, que qualificou Grass como "irresponsável" e considerou o poema um "agressivo panfleto de agitação".

O citado poema foi publicado nesta quarta no jornal alemão "Süddeutsche Zeitung", assim como em outros jornais europeus, entre eles o espanhol "El País".

No texto, Grass classifica Israel como uma "potência atômica", diz que o país põe em perigo a paz mundial e comenta a possibilidade de Israel lançar ao Irã um ataque preventivo que poderia exterminar o povo iraniano.

O escritor, de 84 anos é considerado uma autoridade moral na Alemanha, e comentou que ficou em silêncio "tempo demais" por causa do medo de ser considerado antissemita. No entanto, Grass resolveu se pronunciar por estar "farto da hipocrisia do Ocidente" e devido à possibilidade de um ataque atômico contra o Irã. No entanto, o escritor se disse "unido" a Israel, como país. 

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