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Israel chega a acordo com Hamas; votação deve ser realizada no sábado

Acordo deve entrar em vigor no domingo, mas Netanyahu enfrenta oposição do governo

Vincenzo Calcopietro
Vincenzo Calcopietro

Redator na Exame

Publicado em 17 de janeiro de 2025 às 06h39.

Última atualização em 17 de janeiro de 2025 às 09h18.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, disse que foi alcançado um acordo para a libertação de reféns mantidos em Gaza. O acerto deverá permitir o avanço acordo de cessar-fogo com o Hamas, que foi travado após o governo israelense pedir a renegociação de alguns pontos.

Ainda nesta sexta-feira, 17, Netanyahu deve reunir seu gabinete de segurança e o governo para aprovar formalmente o acordo, segundo informações da Associated Press (AP). A votação deve acontecer no sábado, 18.

O tratado de cessar-fogo foi inicialmente anunciado na quarta-feira, 15, e desde então passou por novas negociações.

A declaração de Netanyahu veio após um adiamento na votação na quinta-feira, causado por acusações do gabinete israelense de que o Hamas teria tentado modificar os termos do acordo em busca de mais concessões. Em resposta, Izzat al-Rishq, representante do Hamas, negou as alegações e reafirmou o compromisso do grupo com o cessar-fogo.

O acordo traz a possibilidade de encerrar um conflito iniciado em outubro de 2023, que já causou mais de 100 mortes desde o início das negociações de paz, incluindo ao menos 27 crianças, conforme dados da Defesa Civil de Gaza.

Se aprovado, o acordo deve entrar em vigor no próximo domingo, e Netanyahu já anunciou a criação de uma força-tarefa para organizar a recepção dos reféns. Além disso, as famílias dos reféns foram informadas sobre os avanços nas negociações, aumentando a expectativa de um desfecho positivo.

Divisões no governo israelense

Enquanto o cessar-fogo é celebrado por parte da população, especialmente pelas famílias dos reféns, a proposta enfrenta forte oposição dentro do governo de Netanyahu, colocando em risco a estabilidade da coalizão governante.

Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional e líder do partido de ultradireita Poder Judaico, classificou o acordo como irresponsável e ameaçou renunciar, acompanhado por membros de seu partido. Bezalel Smotrich, ministro das Finanças e também crítico do tratado, reforçou sua oposição, indicando que seu partido poderia abandonar o governo caso as operações militares não sejam retomadas após seis semanas de cessar-fogo.

Se as renúncias se concretizarem, a coalizão de Netanyahu no parlamento israelense cairá de 68 para 62 assentos, um número ainda suficiente para governar, mas que enfraqueceria consideravelmente sua posição política.

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