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Israel bombardeia mísseis sírios com destino ao Hezbollah

Hezbollah, um dos maiores inimigos de Israel, chegou a entrar em guerra contra o Estado judaico em 2006

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2013 às 10h40.

Washington - Israel realizou um ataque aéreo contra um carregamento de mísseis na Síria, que tinha como destino as guerrilhas do Hezbollah no vizinho Líbano, disse neste sábado uma autoridade israelense.

Israel deixou claro há tempos que está preparado para usar a força para impedir que armas sírias, inclusive o arsenal químico do presidente Bashar al-Assad, cheguem aos xiitas do Hezbollah, ou a insurgentes islâmicos que promovem uma revolta contra o governo sírio há mais de dois anos.

O Hezbollah, que é aliado do Irã, um dos maiores inimigos de Israel, chegou a entrar em guerra contra o Estado judaico em 2006 e continua sendo uma potencial ameaça aos olhos israelenses. Outra preocupação dos judeus é de que, em caso de uma eventual queda de Assad, rebeldes islâmicos possam voltar suas armas contra o país após décadas de relativa calma na região fronteiriça das Colinas de Golã.

Uma fonte de segurança regional, que não quis ser identificada, afirmou que o alvo do ataque de sexta-feira não era uma instalação de armas químicas da Síria. Israel não assume formalmente a responsabilidade pela ação.

O ataque ocorreu depois de o gabinete de Segurança do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ter aprovado o ato em um encontro secreto na noite de quinta-feira, informou a fonte.

À CNN, autoridades norte-americanas que também não se identificaram disseram que o ataque deveria ser realmente israelense, já que aviões dos EUA não entraram no espaço aéreo sírio.

Autoridades libanesas reportaram atividade aérea incomum por parte de Israel sobre o seu território entre quinta e sexta-feira.

"Acreditamos que os sobrevoos são ligados às preocupações de Israel sobre a transferência de armas, particularmente as químicas, da Síria para seus aliados no Líbano", afirmou uma autoridade libanesa, que também não quis se identificar.


Fontes do governo sírio negaram ter informações sobre um ataque. Bashar Ja'afari, embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU), disse à Reuters: "Não estou ciente de ataque algum neste momento".

QUAL ERA O ALVO? Mas Qassim Saadedine, um comandante e porta-voz do Exército Livre da Síria, disse: "Nossa informação indica que houve um ataque israelense em um comboio que estava transferindo mísseis para o Hezbollah. Ainda não confirmamos a localidade".

Unidades rebeldes discordaram quanto a qual tipo de arma estava no comboio. Um membro da inteligência do grupo disse que o carregamento era de mísseis antiaéreos: "Houve três ataques de caças F-16 de Israel, que danificaram um comboio carregando mísseis antiaéreos para o partido libanês xiita, na estrada militar Damasco-Beirute".

Já Saadedine afirmou não acreditar que as armas eram antiaéreas: "Não temos nada confirmado até agora, mas assumimos ser algum tipo de míssil de longo alcance, que seria capaz de carregar materiais químicos", disse.

O ministro das Relações Exteriores libanês foi crítico a Israel: "Ataques como esse resultarão em mais tensão", disse. "Isso não dará a Israel a paz ou a segurança que pretendem, mas vai colocar a região em uma luta inflamada e rumo ao desconhecido." Israel permanece tecnicamente em guerra com a Síria. O país capturou as Colinas de Golã em 1967, construiu assentamentos e anexou a região ao seu território. Mesmo assim, conflitos são raros, e a região está relativamente pacificada há décadas.

Mas as preocupações israelenses cresceram desde que militantes ligados à Al Qaeda assumiram um papel importante na revolta contra Assad.

O Estado judaico também quer impedir que o Hezbollah tenha armas químicas e outros tipos de arsenal.

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