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Israel bombardeia Gaza e Líbano após ataque contra o Irã

O Exército israelense anunciou que matou "70 terroristas do Hezbollah e bombardeou mais de 120 alvos" da milícia xiita pró-Irã nas últimas 24 horas no sul de Líbano

Os bombardeios de Israel atingiram o subúrbio ao sul de Beirute, um reduto do Hezbollah (AFP/AFP)

Os bombardeios de Israel atingiram o subúrbio ao sul de Beirute, um reduto do Hezbollah (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 27 de outubro de 2024 às 09h32.

Israel bombardeou neste domingo (27) posições do Hezbollah no Líbano e do Hamas em Gaza, sem uma trégua para o conflito, um dia após o ataque israelense contra o Irã que provocou o temor de uma conflagração no Oriente Médio.

O Exército israelense anunciou que matou "70 terroristas do Hezbollah e bombardeou mais de 120 alvos" da milícia xiita pró-Irã nas últimas 24 horas no sul de Líbano. Também relatou as mortes de quatro soldados em combate.

Na Faixa de Gaza, o Exército informou que eliminou "40 terroristas" em 24 horas em Jabaliya, norte do território palestino, onde iniciou uma nova ofensiva em 6 de outubro para impedir, afirma, o reagrupamento do Hamas.

Israel trava uma guerra contra o Hamas em Gaza e outra contra o Hezbollah no Líbano. Os dois movimentos são apoiados pelo Irã e integram o que a República Islâmica chama de "eixo da resistência".

Enquanto a comunidade internacional multiplica os apelos por contenção, o Irã afirmou que tem o direito de se defender após os ataques aéreos israelense de sábado contra instalações militares em várias regiões do país.

As autoridades iranianas indicaram que os ataques provocaram "danos limitados" e o guia supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, disse que os ataques não devem ser "exagerados nem minimizados".

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o ataque aéreo contra o Irã foi "preciso e potente", e cumpriu todos os objetivos.

"Prometemos que responderíamos ao ataque iraniano e, no sábado, atacamos", disse Netanyahu em um discurso neste domingo, por ocasião do primeiro aniversário, segundo o calendário hebraico, de 7 de outubro de 2023, dia do ataque do Hamas contra o território israelense que desencadeou a guerra em Gaza.

Os bombardeios foram uma resposta ao ataque iraniano com mísseis contra Israel de 1º de outubro. Teerã apresentou sua ação uma retaliação aos bombardeios israelenses contra o Líbano que mataram um general iraniano e o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, no final de setembro.

Também justificou a operação como uma resposta ao assassinato em território iraniano do então líder do Hamas, Ismail Haniyeh, atribuído a Israel.

"Concessões dolorosas"

Testemunhas relataram vários bombardeios neste domingo no norte de Gaza, área governada pelo Hamas desde 2007 e cercada por Israel.

No hospital Al Ahli de Gaza, Jihad Muqat lamentava a morte da esposa e das filhas em Jabaliya.

"Aline era a mais velha, minha querida Lulu, tinha três anos e meio, e Sama 12 dias. Também enterrei minha filha Lara, que tinha dois anos", afirmou, sem conter as lágrimas.

Os bombardeios e combates em Gaza foram interrompidos apenas por uma semana em novembro de 2023, durante uma trégua que permitiu a libertação de reféns sob poder do Hamas em troca de detentos palestinos que estavam em presídios de Israel.

As negociações para um novo cessar-fogo fracassaram desde então. As negociações indiretas devem ser retomadas neste domingo em Doha entre Israel, Estados Unidos e Catar.

A guerra em Gaza começou com o ataque do Hamas contra o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, quando 1.206 pessoas morreram pelas mãos de milicianos islamistas, a maioria civis, segundo um levantamento da AFP baseado em dados oficiais israelenses, que inclui os reféns mortos em cativeiro em Gaza.

Das 251 pessoas sequestradas no mesmo dia, 97 permanecem em cativeiro em Gaza, mas 34 foram declaradas mortas pelo Exército.

Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva contra o Hamas que deixou 42.924 mortos - a maioria civis -, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

"Nem todos os objetivos podem ser alcançados somente com operações militares (...) para cumprir o nosso dever moral de trazer nossos reféns para casa, teremos que fazer concessões dolorosas", disse o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, neste domingo.

Bombardeios no Líbano

Depois de provocar o enfraquecimento do Hamas em Gaza, o Exército israelense deslocou a maior parte de suas operações no final de setembro para o sul do Líbano, onde o Hezbollah e as tropas de Israel estavam em uma batalha desde 8 de outubro de 2023. Na data, o movimento xiita começou a lançar foguetes contra o território israelense em apoio ao Hamas.

A agência libanesa de notícias NNA informou neste domingo que bombardeios israelenses atingiram o subúrbio ao sul de Beirute, reduto do Hezbollah, e as imediações da cidade de Tiro, no sul do país.

O Hezbollah afirmou que bombardeou uma base militar perto da cidade israelense de Haifa.

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