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Israel avalia resposta do Hamas à proposta de trégua em Gaza enquanto fome atinge a região

Israel analisa proposta de trégua, enquanto a fome em Gaza e os desafios humanitários aumentam a pressão internacional

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 24 de julho de 2025 às 09h51.

Israel anunciou, nesta quinta-feira, 24, que está analisando a resposta do Hamas à proposta de trégua de 60 dias na Faixa de Gaza. A proposta surge em meio à crescente pressão de organizações internacionais, que alertam para a grave situação humanitária, com fome generalizada atingindo a população palestina no território devastado.

No terreno, os bombardeios e disparos israelenses continuam, com o saldo de 22 mortos, incluindo crianças e pessoas que aguardavam a distribuição de ajuda humanitária, segundo a Defesa Civil local. Desde o início do conflito, em outubro de 2023, as negociações para uma trégua têm sido mediadas por Catar, Egito e Estados Unidos, sem avanços concretos até o momento.

As negociações de trégua e as exigências do Hamas

As conversas entre os negociadores de ambos os lados acontecem em um formato indireto, com cada parte acusando a outra de impor suas exigências. A proposta de trégua incluiria a libertação de dez reféns israelenses em troca de um número não especificado de prisioneiros palestinos. Contudo, o Hamas apresentou emendas relacionadas às modalidades de entrada de ajuda humanitária e garantias sobre o fim da guerra, que perdura desde o ataque do Hamas em outubro de 2023, quando dezenas de civis israelenses foram capturados.

A resposta do Hamas, que foi transmitida aos mediadores e está sendo analisada por Israel, também inclui detalhes sobre as áreas de retirada do Exército israelense, além de propostas sobre o fluxo de ajuda internacional.

Pressão internacional sobre a situação em Gaza

Enquanto as negociações continuam, a pressão internacional aumenta devido à grave crise humanitária em Gaza. Agências como a OMS e a AFP alertam para o agravamento da fome na região, com mais de dois milhões de pessoas enfrentando sérias dificuldades para acessar alimentos, medicamentos e combustível. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que "grande parte" da população de Gaza sofre de fome, com crianças morrendo por desnutrição.

Organizações internacionais, como Médicos Sem Fronteiras (MSF) e Save the Children, acusam o cerco imposto por Israel de ser o principal fator da escassez de alimentos. Segundo elas, trabalhadores humanitários também estão sendo afetados pela falta de recursos. "Pessoas estão morrendo de fome em massa", afirmou o diretor-geral da OMS, destacando o colapso do sistema de saúde e a escassez de medicamentos.

Resposta de Israel e desafios à ajuda humanitária

Israel defende que não é responsável pela escassez de alimentos e acusa o Hamas de bloquear a distribuição de ajuda humanitária e de saquear parte dos recursos enviados. "Não há fome causada por Israel. É uma escassez causada pelo Hamas", declarou o porta-voz israelense David Mencer. O Hamas, por sua vez, refuta essas acusações.

Enquanto isso, o governo israelense informou que cerca de 70 caminhões com ajuda humanitária foram descarregados nos pontos de entrada de Gaza, e mais de 150 caminhões já haviam sido recebidos pela ONU e outras organizações internacionais. No entanto, as agências humanitárias afirmam que as autorizações para o envio de caminhões são limitadas e que a coordenação do envio é um grande desafio em uma zona de guerra.

O impacto do cerco e o apoio internacional

A situação em Gaza é crítica, com hospitais e centros de saúde operando no limite, enquanto os civis continuam a sofrer com a escassez de alimentos e medicamentos. O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, afirmou que está buscando um novo cessar-fogo e um corredor humanitário para enviar a ajuda necessária à região. No entanto, o impacto das negociações e da resposta internacional ainda está longe de resolver a crise humanitária.

[Grifar] A situação de fome em Gaza é uma das maiores preocupações da comunidade internacional, que exige uma resposta rápida para salvar vidas.

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