Protesto em Teerã contra os ataques dos EUA, no domingo, 22 (Atta Kenare/AFP)
Redação Exame
Publicado em 23 de junho de 2025 às 06h49.
Última atualização em 23 de junho de 2025 às 08h14.
Israel fez novos bombardeios em diversas áreas de Teerã na segunda-feira, 23, atingindo a instalação nuclear de Fordow, a Universidade Shahid Beheshti, ligada ao programa nuclear iraniano, e a Prisão de Evin, que abriga presos políticos, entre outros locais.
Fortes explosões começaram a soar em várias partes da capital no meio da manhã, ouvidas e sentidas pela EFE, no que parece ser a maior onda de ataques contra Teerã desde o início do conflito em 13 de junho.
A porta-voz do governo, Fatemeh Mohajerani, informou que "danos foram causados ao prédio do Crescente Vermelho", embora não tenha confirmado a extensão dos danos ou se houve vítimas.
O Tehran Times noticiou que ataques foram disparados contra a Prisão de Evin e a Universidade Shahid Beheshti, que é sancionada pela União Europeia e pelos Estados Unidos por seus vínculos com o programa nuclear iraniano.
Um novo ataque também ocorreu na Praça Vanak, causando uma enorme nuvem de fumaça, segundo a mídia iraniana.
As autoridades iranianas ainda não relataram nenhuma morte nesses ataques, que causaram cortes de energia em algumas áreas ao norte da capital.
De acordo com a mídia iraniana, os ataques também ocorreram nas cidades de Karaj e Fardis.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou nesta segunda-feira, 23, que aviões de guerra estão atacando alvos em Teerã "com força sem precedentes" e ameaçou manter as represálias contra Ali Khamenei, o líder supremo do Irã, enquanto os disparos de mísseis iranianos continuarem.
O exército "está atacando alvos do regime e as forças repressivas do governo (iraniano) no coração de Teerã com força sem precedentes. Para cada tiro disparado na frente interna israelense, o ditador iraniano (Khamenei) será punido, e os ataques continuarão com força total", disse Katz em um comunicado.
Desde o início da guerra em 13 de junho, Israel atacou inúmeros alvos no Irã, incluindo instalações militares e civis, como aeroportos, mas também áreas residenciais e a sede da televisão estatal.
Muitos moradores fugiram da capital diante dos ataques, mas nos últimos dias alguns moradores retornaram, e a cidade gradualmente recuperou seu funcionamento normal.
Em Israel, dois novos ataques com mísseis iranianos dispararam alarmes em várias áreas do centro e norte do país na manhã de segunda-feira, não resultaram em feridos, disse o serviço de emergência israelense, antes que as sirenes fossem ativadas novamente no norte de Israel.
O jornal Times of Israel noticiou que um dos mísseis caiu perto de "infraestrutura estratégica" no sul de Israel, citando a Corporação Elétrica de Israel, causando cortes de energia em várias localidades e milhares de residências.
Sob o nome operacional "Martelo da Meia-Noite", os Estados Unidos entraram ontem diretamente no conflito aberto entre Israel e Irã, bombardeando as instalações nucleares iranianas em Isfahan, Natanz e Fordow, com o objetivo oficial de impedir que Teerã desenvolvesse uma bomba nuclear.
Esta operação aérea e marítima — planejada há meses — envolveu 125 aeronaves, sete bombardeiros B-2, aviões-tanque de reabastecimento, aeronaves de reconhecimento e caças; e 75 bombas (incluindo destruidoras de bunkers) e mísseis foram utilizados no ataque, segundo o Pentágono.
A República Islâmica disse à ONU que as Forças Armadas do país decidirão "o momento, a natureza e a escala da resposta proporcional do Irã", que, segundo eles, terá "consequências duradouras".
Desde o início da ofensiva israelense, há onze dias, 24 pessoas morreram em Israel — além de uma mulher que sofreu um ataque cardíaco em um bunker — enquanto o número de mortos no Irã ultrapassa 400, segundo o Ministério da Saúde do país. No entanto, um grupo de direitos humanos sediado em Washington estima o número de mortos no Irã em mais de 850 e quase 3.400 feridos.
Com EFE.