Repórter
Publicado em 20 de agosto de 2025 às 11h58.
Última atualização em 20 de agosto de 2025 às 12h01.
O plano de Israel para dividir a Cisjordânia ocupada e isolá-la de Jerusalém Oriental foi aprovado nesta quarta-feira, 20, segundo um comunicado do ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich.
O projeto, conhecido como E1, prevê a construção de cerca de 3.400 unidades habitacionais entre os territórios.
A medida é considerada um divisor de águas no conflito, uma vez que pode comprometer de maneira irreversível a viabilidade da solução de dois Estados entre Israel e Palestina.
A área do E1 é vista como estratégica porque, ao ser ocupada por assentamentos israelenses, separa a Cisjordânia em dois blocos desconectados e isola Jerusalém Oriental das comunidades palestinas vizinhas.
O anúncio provocou forte condenação da Autoridade Palestina e críticas de governos europeus. Um porta-voz alemão reiterou que a expansão de assentamentos israelenses viola o direito internacional e dificulta uma solução negociada de paz.
Smotrich celebrou a medida como o cumprimento de uma promessa política de longa data e declarou que, com o E1, “o Estado palestino está sendo retirado da mesa, não com slogans, mas com ações”. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, embora não tenha comentado diretamente o projeto, já havia repetido em discursos recentes sua intenção de impedir a criação de um Estado palestino.
Organizações contrárias aos assentamentos, como a ONG israelense Peace Now, alertam que as obras de infraestrutura do E1 podem começar em poucos meses e as construções de casas em até um ano, segundo a Reuters. Para a comunidade internacional, a retomada do projeto — congelado anteriormente devido a pressões dos Estados Unidos e da União Europeia — pode representar um obstáculo crítico para qualquer acordo de paz futuro.