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Israel aprova ação para palestinos que lancem objetos letais

O gabinete de segurança do governo de Israel aprovou medidas excepcionais contra palestinos que lancem pedras e coquetéis molotov


	Pessoas carregam bandeira da Palestina em protesto
 (REUTERS/Thomas Peter)

Pessoas carregam bandeira da Palestina em protesto (REUTERS/Thomas Peter)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2015 às 21h30.

Jerusalém - O gabinete de segurança do governo de Israel, comandado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, aprovou nesta quinta-feira medidas excepcionais contra palestinos que lancem pedras e coquetéis molotov, após a onda de violência das últimas semanas em Jesuralém Oriental.

"Decidimos mudar a norma estabelecida aqui, que em Israel é possível lançar objetos letais sem que haja uma resposta ou prevenção", disse Netanyahu em comunicado, no qual destaca que as novas disposições foram aprovadas de forma unânime.

Entre as novas normas, algumas delas muito polêmicas e que foram criticadas até pelo assessor jurídico do governo, Yehuda Weinstein, estão a opção de abrir fogo com um fuzil Ruger de pequeno calibre contra as pessoas que lançarem objetos letais, incluindo as pedras atiradas por palestinos contra veículos de israelenses.

"Redefinimos as instruções de abrir fogo. Até então, os agentes só podiam disparar quando sua vida corrida perigo. A partir de agora, poderão fazê-lo quando verem que a vida de qualquer pessoa corre perigo", afirmou Netanyahu.

Segundo o serviço de notícias "Ynet", a medida também será aplicável contra menores de idade, grupo que mais pratica esse tipo de protesto em Israel.

As alterações foram aprovadas após duas semanas de debates no Conselho de Ministros e no gabinete de segurança. As medidas foram propostas depois de uma onda de violência em Jerusalém, onde morreu um israelense após vários palestinos atirarem pedras contra a parte dianteira de seu veículo.

O motorista, de 65 anos, perdeu o controle do carro e bateu contra um poste. Ele tinha acabado de sair de um jantar realizado na véspera do Ano Novo Judaico.

Essa onda, que tem como epicentro a parte leste da cidade santa, ocupada por Israel desde 1967, começou com a morte de três membros de uma família palestina após o incêndio criminoso de uma casa na aldeia de Duma, na Cisjordânia, atribuído a radicais judeus.

E se intensificou nas últimas semanas por causa da disputa entre os dois povos pela Esplanada das Mesquitas - ou Monte do Templo, como o local é chamado pelos judeus -, onde ocorreram vários enfrentamentos violentos.

Segundos dados da Polícia de Israel, só nas últimas duas semanas foram registrados por dia mais de 15 lançamentos de pedras, rojões e coquetéis molotov contra forças políciais e alvos civis.

Em boa parte dos casos, os crimes foram cometidos por jovens, alguns deles com menos de 14 anos - idade de responsabilidade legal em Israel. Porém, a partir de agora, todos eles ficarão sujeitos às fortes penalizações e punições das novas medidas.

"Decidimos aplicar uma pena mínima de quatro anos de prisão a adultos que lancem coquetéis molotov, pedras ou qualquer outro objeto letal", informou o primeiro-ministro, cujo governo modificou recentemente a legislação para aplicar uma pena máxima de 20 anos para esse tipo de caso.

Quantos aos menores com idades entre 14 e 18 anos, a Justiça aplicará multas diretas e penalizações, como a suspensão de auxílios econômicos concedidas aos país do infrator.

"Também revisaremos legalmente se podemos aplicar multas aos pais de menores de 12 a 14 anos, e exigir uma fiança de um ano por seu coportamento", disse Netanyahu.

O primeiro-ministro negou que a onda de violência tenha sido provocada por Israel, que enviou a Polícia à Esplanada das Mesquitas antes do início dos confrontos para permitir visitas de nacionalistas judeus, provocando a revolta da comunidade árabe.

"Não somos nós que mudamos o status quo, mas sim os que colocaram explosivos na mesquita (de al-Aqsa)", ressaltou Netanyahu fazendo referência a um caso ocorrido na última semana. 

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