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Israel anexará partes da Faixa de Gaza se Hamas se recusar a libertar reféns, diz ministro da Defesa

Após retomada dos ataques, a questão dos 59 reféns restantes em Gaza, dos quais o governo israelense acredita que menos da metade estão vivos, se tornou uma incógnita

Israel Katz, ministro da Defesa de Israel, fala com a imprensa durante a Conferência de Segurança de Munique  (AFP)

Israel Katz, ministro da Defesa de Israel, fala com a imprensa durante a Conferência de Segurança de Munique (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 21 de março de 2025 às 10h26.

Última atualização em 21 de março de 2025 às 10h26.

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O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou nesta sexta-feira, 20, que ordenou ao Exército israelense a tomada de "mais território na Faixa de Gaza", como resposta à recusa do grupo terrorista Hamas em libertar os 59 reféns restantes — dos quais o governo israelense acredita que menos da metade estão vivos. Segundo Katz, as áreas ocupadas poderão ser "anexadas".

"Ordenei ao exército que se apoderasse de mais território em Gaza", declarou Katz. "Quanto mais o Hamas se recusar a libertar os reféns, mais território perderá, que será anexado por Israel", acrescentou o ministro, sinalizando a possibilidade de uma “ocupação permanente” nas chamadas “zonas tampão” no interior da Faixa de Gaza.

O chefe da Defesa especificou ainda que a tomada de mais territórios em Gaza visa proteger tanto as comunidades israelenses quanto os soldados que atuam na ofensiva.

"Instrui as IDF a capturar território adicional em Gaza, enquanto evacuam os moradores, e a ampliar as zonas de segurança ao redor de Gaza para a proteção das comunidades e soldados israelenses, por meio de uma ocupação permanente do território por Israel", disse.

Katz, segundo o jornal israelense Haaretz, também reforçou o apoio de seu governo aos esforços dos Estados Unidos para intermediar um acordo de libertação dos reféns.

"Apoiamos o enviado do presidente dos EUA para o Oriente Médio, [Steve] Witkoff, para liberar todos os reféns, vivos e mortos, em duas fases com um cessar-fogo, sem arriscar os interesses de segurança israelenses", finalizou.

'Governo decidiu desistir dos reféns'

O Fórum de Reféns e Famílias de Desaparecidos, principal organização da sociedade civil israelense a representar as famílias da vítimas sequestradas pelo grupo terrorista Hamas durante o atentado de 7 de outubro de 2023, emitiu um comunicado na última terça-feira afirmando que o governo optou por desistir dos 59 reféns que permanecem em cativeiro ao retomar a ofensiva militar contra a Faixa de Gaza.

"O maior medo das famílias, dos reféns e dos cidadãos de Israel se tornou realidade: o governo israelense decidiu desistir dos reféns", diz o comunicado publicado na conta em hebraico do grupo na rede social Instagram, em que se declara "chocado" e "enfurecido" pelo "desmantelamento deliberado do processo de retorno de nossos entes queridos do terrível cativeiro do Hamas".

O Exército israelense bombardeou diferentes posições do enclave palestino, incluindo Gaza, Nuseirat, Deir al-Balah e Khan Younis na madrugada da última terça (noite de segunda no Brasil), na primeira ação em larga escala contra o Hamas desde o início do acordo de cessar-fogo e troca de reféns por prisioneiros estabelecida em janeiro. Autoridades de saúde ligadas ao grupo palestino afirmam que mais de 400 pessoas morreram, 560 ficaram feridas e que equipes de resgate ainda tentam localizar corpos e sobreviventes embaixo dos escombros de prédios derrubados.

O Gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o chefe de governo e o ministro da Defesa instruíram as Forças Armadas a "agir com força militar crescente" contra o Hamas, argumentando que o grupo se recusou "a libertar nossos reféns" e rejeitou as propostas mediadas pelo enviado do governo americano, Steve Witkoff.

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