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Israel adota medidas contra a Autoridade Palestina

Israel reagiu com acusações aos palestinos e começou a punir a Autoridade Palestina ao limitar os contatos entre ministros


	O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu: ministros do governo de Benjamin Netanyahu receberam ordens de limitar os contatos com os colegas palestinos
 (Ronen Zvulun/Reuters)

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu: ministros do governo de Benjamin Netanyahu receberam ordens de limitar os contatos com os colegas palestinos (Ronen Zvulun/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2014 às 11h08.

Jerusalém - Israel, criticado pelo governo dos Estados Unidos por bloquear o processo de paz, reagiu nesta quarta-feira com acusações aos palestinos e começou a punir a Autoridade Palestina ao limitar os contatos entre ministros.

Os ministros do governo de Benjamin Netanyahu receberam ordens de limitar os contatos com os colegas palestinos, exceto para questões de segurança e diplomacia.

"Em resposta às violações palestinas das promessas feitas dentro das negociações de paz, os ministros do governo israelense receberam o pedido para que se abstenham de reuniões com os colegas palestinos", disse uma fonte do governo de Israel.

A fonte, que pediu anonimato, fez uma referência aos pedidos de adesão da Palestina a 15 convenções e tratados internacionais.

O ministro do Trabalho palestino, Ahmad Majdalani, minimizou o alcance da decisão. Ele destacou que 90% dos assuntos cotidianos são tratados com a administração militar israelense.

"Na prática, não há encontros organizados entre ministros palestinos e israelenses, a não ser entre ministros das Finanças", declarou Majdalani à AFP.

Uma fonte do governo palestino afirmou à AFP que a situação pode representar o início do bloqueio da transferência dos impostos cobrados por Israel em nome da Autoridade Palestina, já que a maioria das reuniões entre os ministros das Finanças aborda as taxas, usadas para pagar os funcionários palestinos.

Segundo um acordo concluído em julho com a mediação do secretário de Estado americano, John Kerry, Israel se comprometia a libertar em quatro fases 104 prisioneiros palestinos detidos antes dos acordos de Oslo de 1993.

Em contrapartida, a direção palestina aceitou suspender as iniciativas de adesão às organizações internacionais até o fim das negociações, em 29 de abril.

Mas Israel se negou a libertar em 29 de março, como estava previsto, o quarto e último contingente de prisioneiros palestinos e pediu a prorrogação das negociações de paz além do prazo de 29 de abril.


O presidente Mahmud Abbas reagiu com a assinatura, em 1º de abril, do pedido de adesão da Palestina a 15 convenções e tratados internacionais, por considerar que as novas exigências apresentadas por Israel para as libertações dispensavam a Autoridade Palestina de qualquer compromisso.

Implosão do processo de paz

Kerry criticou na terça-feira as duas partes por suas decisões recentes, "que não contribuem" para a continuidade dos diálogos, mas critidou em especial Israel.

"Infelizmente, os detentos (palestinos) não foram libertados no sábado (29 de março), como devia ter acontecido", disse Kerry, em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado americano.

"Depois, passou um dia, dois dias, e foi anunciada (por parte de Israel) a construção de 700 casas para colonos em Jerusalém Oriental. E olhem onde estamos agora", protestou.

O governo israelense mantém o silêncio a respeito das críticas americanas, mas os poucos funcionários que falaram sobre a crise responsabilizaram os palestinos.

"Escutei por aí que Israel provocou a implosão do processo de paz com o programa de construção", ironizou o ministro da Economia, Naftali Bennett, líder do partido nacionalista religioso Lar Judeu.

"Durante anos, os palestinos foram os que, com suas explosões, tentaram nos impedir de viver na capital eterna do povo judaico e Israel não pedirá desculpas jamais por estas construções em Jerusalém", completou Bennett.

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