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Israel acelera colonização apesar do clima tenso

O governo israelense decidiu acelerar um plano de construção de mais de 1.000 casas em Jerusalém Oriental, onde manifestantes e policiais se confrontam


	Construção em Jerusalém Oriental: anúncio pode provocar onda de violência
 (Ahmad Gharabli/AFP)

Construção em Jerusalém Oriental: anúncio pode provocar onda de violência (Ahmad Gharabli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2014 às 13h01.

Jerusalém - O governo israelense decidiu acelerar um plano de construção de mais de 1.000 casas em Jerusalém Oriental, onde manifestantes e policiais protagonizam confrontos desde quarta-feira, depois que um palestino matou duas pessoas em um atropelamento.

O anúncio, que segundo um integrante do partido palestino Fatah provocará "uma explosão", provoca temores de uma onda de violência generalizada entre os palestinos que rejeitam a colonização da parte oriental da cidade sagrada.

No domingo à noite foram registrados novos confrontos, no momento em que os palestinos sepultavam, com um grande esquema de segurança, Abdelrahman Shalodi, que Israel acusou de matar um bebê e uma equatoriana de 21 anos em um "atentado terrorista" na quarta-feira.

A polícia matou o palestino de 21 anos, depois que ele avançou com o carro contra um grupo de pessoas em um ponto de ônibus. A família de Shalodi afirma que foi um acidente.

Desde então, os distúrbios que já aconteciam há alguns meses em Jerusalém Oriental ganharam ainda mais intensidade. Milhares de policiais foram enviados aos bairros palestinos para impedir os confrontos.

Vinte pessoas ficaram feridas nos distúrbios da noite, segundo o Crescente Vermelho palestino. A polícia israelense anunciou a detenção de oito pessoas.

O epicentro dos distúrbios voltou a ser o bairro popular de Silwan, perto da cidade antiga e da Esplanada das Mesquitas. Quase 500 colonos israelenses vivem em meio a 45.000 palestinos no bairro, onde Shalodi morava.

O enterro do palestino aconteceu à meia-noite na presença de 50 pessoas autorizadas por Israel, enquanto centenas de jovens esperavam perto do cemitério Portão do Leões, no monte das Oliveiras, sob vigilância da polícia.

A família rejeitou, em um primeiro momento, as restrições impostas pela justiça israelense para o funeral, que só permitiam a presença de 20 pessoas, cujos nomes deveriam ser apresentados à polícia, e exigiam que a cerimônia acontecesse durante a noite.

Crise em Jerusalém

O governo israelense anunciou nesta segunda-feira a decisão de acelerar um plano de construção de mais de 1.000 casas: mais de 400 em Har Homa e 600 em Ramat Shlomo, duas colônias judaicas de Jerusalém Oriental.

Em um período de grande tensão, a organização israelense contrária à colonização "Paz Agora" destacou que o anúncio foi feito em um momento ruim.

"Nunca é bom o momento de fazer coisas deste tipo, mas este é ainda pior, quando Jerusalém arde", disse à AFP Lior Amihai, porta-voz da organização.

"Este tipo de medida unilateral levará a uma explosão", disse Jibril Rajub, alto dirigente do Fatah, o partido do presidente palestino Mahmud Abbas, em Ramallah, Cisjordânia.

A decisão deve ser criticada pela comunidade internacional, que considera a colonização um grande obstáculo para resolver o conflito israelense-palestino.

Os palestinos desejam transformar Jerusalém Oriental na capital do Estado que desejam criar, enquanto a comunidade internacional considera ilegal a anexação e ocupação por Israel desta parte da cidade sagrada.

A colônia ultraortodoxa de Ramat Shlomo já provocou uma reação irritada do governo americano, quando Israel esperou a visita do vice-presidente Joe Biden para anunciar novas construções na área.

O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também adotou no domingo uma medida que, segundo os defensores dos direitos humanos, estimula "a segregação racial".

Agora, os trabalhadores palestinos em Israel não poderão entrar nos mesmos ônibus que os colonos para retornar à Cisjordânia.

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