Israelenses em Gaza: cessar-fogo foi oferecido pelo Egito (Amir Cohen/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2014 às 14h22.
Jerusalém - O governo de Israel aceitou o acordo para um cessar-fogo permanente com as milícias palestinas oferecido pelo Egito, informou nesta terça-feira o jornal "Ha"aretz".
Segundo a publicação israelense, que cita "um importante dirigente" do país, sem identificá-lo, a proposta de trégua foi enviada ao Conselho de Ministros para que seja ratificada.
Um responsável israelense citado pelo site do jornal "Yedioth Ahronoth", também sem ser identificado, confirmou que o governo recebeu a proposta para o cessar-fogo permanente, que segundo as fontes palestinas entrou em vigor às 19h locais (13h de Brasília).
Segundo essa fonte, o acordo não inclui a abertura do porto e do aeroporto, nem a transferência de fundos para o Hamas, que eram alguns dos pontos conflituosos que fizeram as negociações fracassarem dias atrás.
A imprensa israelense está repercutindo a polêmica sobre se o acordo necessita ou não da ratificação do governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para entrar em vigor.
O Hamas revelou o pacto na tarde de hoje e disse que o mesmo representa uma vitória para a resistência palestina, pois inclui o alívio gradual do bloqueio econômico e do assédio militar imposto por Israel sobre a Faixa de Gaza desde 2007.
De acordo com fontes ligadas à delegação palestina, o relaxamento do bloqueio será imediato, com a ampliação da área de pesca, enquanto a discussão sobre a abertura do porto e de um futuro aeroporto em Gaza foi adiada para daqui um mês.
Além disso, a proposta inclui a reabertura da fronteira com o Egito, que será controlada pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), como desejavam Israel e Egito, e o financiamento para a reconstrução da infraestrutura no território palestino, acrescentou a fonte.
O acordo foi confirmado tanto pelo governo egípcio como pela ANP.
Até o momento, apenas a ministra da Justiça de Israel, Tzipi Livni, reagiu de forma oficial ao anúncio ao afirmar que espera que o fim das hostilidades não signifique um ganho político para o Hamas.
Terminar com a operação não deveria contemplar "nenhuma conquista política para o Hamas, que é uma organização terrorista que não aceita nossa existência aqui", declarou a ministra à imprensa.
O fim da ofensiva deve ser "parte de um acordo global com aqueles que buscam a paz", acrescentou Tzipi sobre o possível fim de um conflito que em 50 dias acabou com a vida de 2.140 palestinos, a maioria civis, e de 67 israelenses, 64 deles soldados, além de um trabalhador asiático.
*Atualizada às 14h22 do dia 26/08/2014