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Islamistas tunisianos aceitam plano de sindicato para crise

Islamistas no governo da Tunísia chegaram mais perto de negociações com os opositores seculares nesta quinta-feira


	Onda de protestos na Tunísia: erço das revoltas da Primavera Árabe, a Tunísia luta para defender sua democracia nascente contra a polarização política e o descontentamento popular
 (Anis Mili/Reuters)

Onda de protestos na Tunísia: erço das revoltas da Primavera Árabe, a Tunísia luta para defender sua democracia nascente contra a polarização política e o descontentamento popular (Anis Mili/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2013 às 14h46.

Túnis - Os islamistas no governo da Tunísia chegaram mais perto de negociações com os opositores seculares nesta quinta-feira ao concordarem, em princípio, com um plano de transição para realizar novas eleições propostas pelos poderosos sindicatos.

Berço das revoltas da Primavera Árabe, a Tunísia luta para defender sua democracia nascente contra a polarização política e o descontentamento popular, principalmente depois que os militares do Egito derrubaram outro líder islâmico, Mohamed Mursi.

Rached Ghannouchi, presidente do partido islâmico Ennahda, disse que as negociações iriam resolver rapidamente o impasse que paralisou a política tunisiana por quase um mês e levou a grandes protestos e pedidos para que o governo renunciasse.

"Vamos sair dessa crise muito em breve", disse Ghannouchi a jornalistas depois de se reunir com o secretário-geral da UGTT, Hussein Abassi. "Aceitamos a princípio a iniciativa da UGTT de começar o diálogo" com a oposição.

Líderes oposicionistas acusaram Ghannouchi de tentar ganhar tempo e repetiram sua demanda para que o Ennahda entregue o poder. O partido disse depois em um comunicado que permaneceria no cargo até que o planejado diálogo alcançasse um consenso sobre eleições livres e justas.

"O Ennahda está atrás de uma saída honrada para a crise para evitar um destino como o dos islâmicos no Egito", disse o analista político Noureddine Mbarki. "Essa decisão vem depois de muitas intervenções internacionais, principalmente da Europa." Tanto os islamistas quanto a oposição concordam com a necessidade de uma nova eleição assim que o trabalho sobre uma Constituição nova estiver completo, o que poderia acontecer nos próximos meses. Mas a oposição não confia no Ennahda para realizar uma votação livre e justa.

O Ennahda, que governa em coalizão com dois partidos seculares menores, está sob crescente pressão da oposição por acusações de que está impondo uma agenda islâmica, não está conseguindo chegar a um acordo com os violentos islâmicos salafitas e está administrando de forma incompetente a economia.

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