Cairo - Um tribunal militar egípcio ordenou nesta segunda-feira a libertação do irmão do atual líder da rede terrorista Al Qaeda, Mohammed al-Zawahiri, que foi condenado à morte no Egito, em 1998, por terrorismo.

Fontes na área de segurança do país informaram à Agência Efe que a condenação contra Al-Zawahiri foi revisada e ele foi declarado inocente. O irmão do líder da Al Qaeda ficou doze anos na prisão.

Ao todo, oito prisioneiros foram libertados nesta segunda-feira. Um deles é Mohammed Shawki al Islambuli, irmão do assassino do ex-presidente egípcio Anwar al Sadat, que foi condenado a quinze anos de trabalhos forçados por terrorismo.

O advogado de Al Islambuli, Montasar el Zayat, explicou à Efe que a mudança ocorreu pois em 1988 'as acusações contra eles foram políticas', já que o antigo regime de Hosni Mubarak prendeu 'os líderes islâmicos por medo de sua oposição'.

Para El Zayat, a situação mudou após a queda de Mubarak em fevereiro de 2011 e a chegada dos islamitas ao poder nas recentes eleições legislativas.

Além disso, segundo o advogado, as penas foram muito duras porque nessa época 'Mubarak tinha muita influência sobre a Justiça Militar e ao serem julgados à revelia, os acusados não puderam contar com uma defesa'.

Em 28 de junho do ano passado, a justiça militar egípcia aceitou rever os processos de Al-Zawahiri e Al Islambuli. Os dois eram acusados de ligação com grupos ilegais com o objetivo de violar a Constituição e atacar a união social e a paz social, utilizando o terrorismo para chegar a este fim.

Al-Zawahiri, que foi detido em 1999 nos Emirados Árabes Unidos e transferido posteriormente ao Egito, foi liberado em março do ano passado devido ao esforço das autoridades egípcias para retirar presos islâmicos da prisão.

No entanto, pouco tempo depois ele foi detido novamente. Por sua parte, Al Islambuli retornou ao Egito em agosto do ano passado, depois da revolução que derrubou Mubarak, e foi detido no aeroporto do Cairo.