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Irmandade rejeita apelo para "engolir realidade" no Egito

Grupo rejeitou apelos de enviados internacionais para "engolir a realidade" de que Mohamed Mursi não voltará a ser presidente do Egito

Apoiadores do presidente deposto do Egito Mohamed Mursi posa para fotos junto a um cartaz com seu rosto, próximo ao local de uma vigília ao redor da mesquita Raba' Al Adawya, no leste do Cairo (Asmaa Waguih/Reuters)

Apoiadores do presidente deposto do Egito Mohamed Mursi posa para fotos junto a um cartaz com seu rosto, próximo ao local de uma vigília ao redor da mesquita Raba' Al Adawya, no leste do Cairo (Asmaa Waguih/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 18h22.

Cairo - A Irmandade Muçulmana rejeitou nesta segunda-feira apelos de enviados internacionais para "engolir a realidade" de que Mohamed Mursi não voltará a ser presidente do Egito, afirmou um porta-voz do grupo.

Os enviados, que tentam resolver a crise política aberta pela deposição de Mursi por militares, há um mês, visitaram na prisão o vice-líder da Irmandade, Khairat El-Shater, nas primeiras horas desta segunda-feira.

Mas ele abreviou o encontro, dizendo que os enviados deveriam conversar com Mursi, segundo o porta-voz Gehad El-Haddad. Outras pessoas que receberam relatos sobre a reunião disseram que ela foi longa, reflexiva e intensa em alguns momentos, mas construtiva e útil.

No outro lado da crise, uma alta fonte militar disse que o Exército e o governo provisório estariam dispostos a libertar alguns membros da Irmandade que estão presos, descongelar o patrimônio do grupo e oferecer-lhe três cargos ministeriais.

Uma fonte envolvida na iniciativa diplomática disse que a libertação dos presos é esperada para as próximas horas.

Milhares de manifestantes islâmicos saíram pelo centro do Cairo exigindo a reinstauração do governo de Mursi e denunciando o general que o derrubou. "Não somos terroristas", gritavam os manifestantes, agitando uma foto do líder deposto.

Mursi se tornou em junho de 2012 o primeiro presidente eleito livremente na história egípcia, 16 meses depois da rebelião popular que derrubou o regime autocrático de Hosni Mubarak.

Os temores de que ele estivesse tentando estabelecer uma autocracia islâmica, junto com o fracasso em resolver as dificuldades econômicas que afligem a maioria dos 84 milhões de egípcios, levaram a enormes manifestações populares, desencadeando a intervenção militar.

Falando sobre as negociações dos últimos dias, Haddad disse à Reuters que os enviados internacionais "ainda carregam a posição de que devemos engolir a realidade e aceitar que o golpe militar aconteceu, e tentar nos recuperarmos com mínimo dano. Nós nos recusamos a fazer isso".

Ele acrescentou que não houve acordo sobre como iniciar negociações.

A agência estatal Mena disse antes que diplomatas, incluindo o subsecretário norte-americano de Estado, William Burns, e o enviado da União Europeia, Bernardino León, haviam se encontrado com Shater depois da meia-noite na prisão de Tora, no sul do Cairo.

Shater é visto como o estrategista político do grupo que levou Mursi à presidência, no ano passado. Ele foi detido sob a acusação de incitar à violência depois da queda de Mursi, que está preso em local não revelado.

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