Simpatizantes da Irmandade Muçulmana comemoram anúncio de resultados: os oficiais devem ser anunciados na próxima quinta-feira (Mohammed Abed/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2012 às 13h53.
Cairo - A Irmandade Muçulmana reivindicou nesta segunda-feira a vitória de seu candidato, Mohammed Mursi, na primeira eleição presidencial organizada no país desde a queda de Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011.
"O doutor Mohammed Mursi é o primeiro presidente da República eleito pelo povo", afirmou em sua conta no Twitter o Partido da Liberdade e Justiça (PLJ), braço político da Irmandade Muçulmana, presidido por Mursi.
Mursi falou pouco depois em uma coletiva de imprensa para agradecer aos que votaram nele e se comprometeu a trabalhar "de mãos dadas com os egípcios para um futuro melhor, pela liberdade, a democracia e a paz".
Também prometeu "servir a todos os egípcios", independentemente de suas crenças políticas ou religiosas.
"Não temos a intenção de nos dedicarmos a ajustes de contas", assegurou.
Mursi enfrentava no segundo turno da eleição, realizado no sábado e no domingo, uma figura do regime Mubarak, seu último primeiro-ministro, Ahmad Shafiq.
Segundo informações do diretor de campanha de Mursi, Ahmad Abdelati, o candidato da Irmandade Muçulmana obteve 52,5% dos votos contra 47,5% para seu rival, com quase 98% dos votos dos colégios eleitorais contabilizados e levando em conta os votos dos egípcios no exterior, que foram compilados nos últimos dias.
Mas o campo do candidato Shafiq rejeitou a vitória reivindicada pela Irmandade Muçulmana.
"Nós a rejeitamos totalmente", declarou à imprensa um funcionário da campanha de Shafiq, Mahmud Barakeh.
"Estamos surpresos por este comportamento estranho, que equivale a perverter o resultado da eleição", acrescentou, afirmando que a equipe de campanha de Shafiq dispunha de números que o colocam na liderança da votação.
Os resultados oficiais devem ser anunciados na próxima quinta-feira.