Membros da Irmandade Mulçumana: fundada em 1928 por Hassan el Bana, se tornou ilegal em 1954 por Gamal Abdel Nasser, e só voltou a legalidade depois da revolução que depôs Hosni Mubarak, em 2011 (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2013 às 15h20.
Cairo - A Irmandade Muçulmana, que teve suas atividades proibidas no Egito, fundos e propriedades imobiliárias bloqueadas, tachou nesta segunda-feira de "totalmente política" a decisão judicial, e denunciaram não ter sido informada destes processos.
Em declarações a Agência Efe, Islam Taufiq, da assessoria de imprensa da confraria, anunciou que vão a recorrer da sentença, já que ela teria sido "emitida por um tribunal não competente".
Segundo Taufiq, esse tipo de ação é de competência do Tribunal Administrativo e não da corte de Assuntos de Urgência do Cairo, que proibiu as atividades da Irmandade Muçulmana e de qualquer organização que esteja vinculada ou receba ajuda financeira do grupo.
O julgamento foi considerado "um ato de vingança" que permite continuar a prender líderes islamitas - oposição ao atual governo - "com a desculpa de que mantêm suas atividades apesar de terem sido proibidos de fazê-lo".
"A decisão se baseia em acusações e não em provas, como quando diz que a Irmandade Muçulmana cometeu crimes contra a segurança nacional sem que tenha havido uma condenação que nos implique definitivamente em casos desse tipo desde 3 de julho", acrescentou Taufiq.
A denúncia foi apresentada pelo partido de esquerda Al Tagamo, "adversário político" dos islamitas.
A Irmandade Muçulmana, fundada em 1928 por Hassan el Bana, se tornou ilegal em 1954 por Gamal Abdel Nasser, e só voltou a legalidade depois da revolução que depôs Hosni Mubarak, em 2011.
O Partido Liberdade e Justiça (FJP), braço político da Irmandade, foi o vencedor nas primeiras eleições legislativas após a revolução, e elegeu presidente Mohammed Mursi, derrubado em julho deste ano.