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Irlanda terá primeiro-ministro gay e filho de imigrante

Leo Varadkar será o primeiro-ministro mais jovem da história de seu país, sendo eleito para liderar seu partido com 60% dos votos à frente de Simon Coveney

Leo Varadkar: "Sou gay, não é um segredo, mas tampouco é algo que todo o mundo soubesse" (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

Leo Varadkar: "Sou gay, não é um segredo, mas tampouco é algo que todo o mundo soubesse" (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de junho de 2017 às 16h14.

Última atualização em 2 de junho de 2017 às 16h14.

Leo Varadkar, de 38 anos, um médico homossexual, filho de imigrante, foi nomeado nesta sexta-feira chefe do partido de centro irlandês Fine Gael, e se tornará, desta forma, o novo premiê deste país católico dentro de dez dias.

O centrista Fine Gael é o partido com mais deputados no Legislativo irlandês e a designação de seu líder como premiê é tida como certa.

Varadkar, que será o primeiro-ministro mais jovem da história de seu país, foi eleito para liderar seu partido com 60% dos votos à frente de Simon Coveney, informou o partido no Twitter.

As eleições primárias do partido de centro que governa a Irlanda confrontaram Simon Coveney, ministro da Habitação, e Varadkar, ministro de Proteção Social, que acabou vencendo.

Ele se tornará primeiro-ministro quando o Parlamento voltar do recesso no fim do mês e confirmar sua nomeação, considerada histórica por diferentes motivos.

Filho de um médico indiano e de uma enfermeira irlandesa, Varadkar, que cresceu em Dublin e tem duas irmãs mais velhas, substituirá o demissionário Enda Kenny.

Quando o fizer, romperá com três padrões: será o chefe de governo mais jovem da República da Irlanda - independente do Reino Unido desde 1992 -, e o primeiro gay assumido e filho de imigrante a ocupar o cargo.

A Irlanda ser tão tolerante como se observou na aprovação do casamento sobre o casamento entre pessoas de mesmo sexo, em 2015, é tema de discussão, mas de qualquer forma, a sociedade irlandesa é agora mais urbana, multicultural e secular do que nunca.

Meses antes daquele referendo, Varadkar revelou ao público sua orientação sexual.

"Sou gay, não é um segredo, mas tampouco é algo que todo o mundo soubesse, e nunca tinha falado publicamente disso antes", declarou à rádio nacional irlandesa.

"Não é algo que me defina: não sou um político meio indiano, nem um político médico, nem um político gay. É simplesmente parte de mim, não é o que me define. Suponho que seja parte do meu caráter".

Varadkar já avisou que sua homossexualidade não será um assunto importante e que não espera que seu companheiro, Matt Barrett, também médico, o acompanhe nos compromissos oficiais.

Apesar de Igreja Católica ter perdido influência no país por causa dos escândalos de abusos sexuais contra crianças ou sobre o tratamento das mães solteiras no passado, a homossexualidade só foi descriminalizada em 1993 e há pouco um político irlandês dizia que era melhor que dois homens andassem na rua armados do que de mãos dadas.

Apesar de ser formado em medicina, foi eleito vereador quando tinha pouco mais de 20 anos e passou a se dedicar completamente à política quando foi eleito deputado em 2007.

Antes de ser ministro de Proteção Social, ocupou outros cargos no gabinete.

 

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