Ajuda da UE e do FMI é suficiente para dar suporte ao sistema bancário da Irlanda (Steve/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 14 de dezembro de 2010 às 10h29.
Dublin - O ministro de Finanças da Irlanda, Brian Lenihan, afirmou hoje que 35 bilhões de euros do pacote de ajuda da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) serão suficientes para dar suporte ao sistema bancário do país. Em entrevista à rádio local RTÉ, Lenihan também rejeitou as previsões sobre uma crise hipotecária no país.
Ele disse que discorda da opinião de Alan Dukes, ex-ministro de Finanças da Irlanda e atualmente presidente do estatal Anglo Irish Bank, de que 35 bilhões de euros são inadequados para os bancos irlandeses.
O ministro também levantou dúvidas sobre algumas previsões de economistas sobre um colapso do setor hipotecário. "Eu não aceito a tese do economista Morgan Kelly de que nós estamos indo em direção a uma crise hipotecária maior", disse.
O ministro disse estar feliz por confiar em Patrick Honohan, presidente do banco central irlandês, que afirmou que 25 bilhões de euros do fundo de contingência para os bancos da Irlanda podem não ser usados.
Dos 35 bilhões de euros do pacote de ajuda de 85 bilhões de euros para o país, 10 bilhões de euros serão usados imediatamente. Lenihan insistiu que a economia do país está se estabilizando e vai registrar "um pequeno grau" de expansão em 2010.
O ministro deu a entrevista à RTÉ para falar sobre sua decisão de instruir o Allied Irish Banks (AIB) a voltar atrás no pagamento de 40 milhões de euros em bônus para funcionários depois das fortes críticas públicas.
A questão dos bônus não pagos a 2,4 mil trabalhadores surgiu quando um ex-empregado, John Foy, venceu na justiça o direito de receber 160 mil euros em bônus devidos desde 2008.
Lenihan escreveu uma carta ao AIB dizendo que a ajuda estatal para o banco será condicionada ao não pagamento dos bônus. A decisão sobre Foy, no entanto, não pode ser revertida. O AIB recebeu 3,5 bilhões de euros em ajuda estatal e precisa levantar mais 9,8 bilhões de euros até o fim de fevereiro.
O governo deve eventualmente ter uma participação de mais de 92% no banco, dos atuais 18,6%. O executivo-chefe do AIB, David Hodgkinson, disse em comunicado que o conselho do banco está "aliviado" por não ter de pagar os bônus. "O conselho do AIB recebe muito bem as ações do ministro", disse o executivo. As informações são da Dow Jones.