Mundo

Irlanda proíbe tapa em crianças como medida de castigo

O ministro de Infância e Juventude irlandês afirmou que a eliminação dos castigos corporais trará "mudança cultural"


	Castigo: "Reforça e impulsiona o desenvolvimento de práticas parentais na Irlanda que recorrem a estratégias de disciplina positiva para educar"
 (Clodagh Kilcoyne / Getty Images)

Castigo: "Reforça e impulsiona o desenvolvimento de práticas parentais na Irlanda que recorrem a estratégias de disciplina positiva para educar" (Clodagh Kilcoyne / Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2015 às 10h35.

Dublin - O tapa em crianças deixou de ser desde hoje um "castigo razoável" na República da Irlanda, segundo estabelece a reforma da chamada Lei de Prioridade da Infância, que entrou em vigor a passada meia-noite.

Após estampar sua assinatura no novo texto, o ministro de Infância e Juventude irlandês, o democrata-cristão James Reilly, afirmou que a eliminação do conceito de "castigo razoável" como justificativa para recorrer a castigos corporais trará "mudança cultural" na "sociedade irlandesa" sobre esta questão.

Embora os castigos corporais contra crianças são proibidos há 15 anos neste país, a antiga legislação permitia aos pais, educadores e tutores acolher-se ao citado "castigo razoável".

Reilly destacou que estas mudanças representam um "grande avanço" nos esforços do governo de Dublin, de coalizão entre conservadores e trabalhistas, para proteger o menor.

"Reforça e impulsiona o desenvolvimento de práticas parentais na Irlanda que recorrem a estratégias de disciplina positiva para educar as crianças e rejeitam os castigos corporais", disse o titular de Infância e Juventude.

Em maio passado, o Conselho da Europa determinou que a legislação irlandesa violava a Carta Social Europeia de 2015 por não ter estabelecido a proibição do castigo corporal aos menores sem exceções e em todos os âmbitos.

Um estudo oficial recente, "Crescendo na Irlanda", revelou que 45% dos menores de três anos tinham recebido algum tapa ou soco de seus educadores ou cuidadores, apesar de que o castigo corporal" seja agora, segundo o texto, "menos aceito socialmente".

O Observatório Internacional de Justiça Juvenil, com sede em Bruxelas, comemorou que, com esta reforma, a Irlanda tenha se transformado no país de número 47 do mundo e 20 da União Europeia a proibir o castigo corporal a menores em qualquer circunstância, incluindo o lar.

Acompanhe tudo sobre:CriançasEuropaIrlandaPiigs

Mais de Mundo

Agenda do G20 no Brasil entra na reta final; veja o que será debatido entre os líderes globais

Trump nomeia Chris Wright, executivo de petróleo, como secretário do Departamento de Energia

Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20

Lula encontra Guterres e defende continuidade do G20 Social