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Irlanda fará concessão a May para solucionar fronteira pós-Brexit

Concessões foram oferecidas após o fracasso das conversas da última segunda-feira em Bruxelas

Theresa May: premiê rejeitou na segunda-feira um princípio de acordo com Dublin e Bruxelas para manter a fronteira aberta após o "Brexit" (Jeff J Mitchell/Reuters)

Theresa May: premiê rejeitou na segunda-feira um princípio de acordo com Dublin e Bruxelas para manter a fronteira aberta após o "Brexit" (Jeff J Mitchell/Reuters)

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EFE

Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 11h44.

Dublin - O governo irlandês está disposto a fazer concessões em relação à sua posição sobre a fronteira norte-irlandesa para ajudar a primeira-ministra britânica, Theresa May, após o fracasso das conversas da última segunda-feira em Bruxelas, informou nesta quarta-feira o jornal "Irish Independent".

Segundo a publicação, o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, pode aceitar a inclusão de algumas palavras que "clarifiquem" o status que terá a província britânica da Irlanda do Norte quando o Reino Unido deixar a União Europeia (UE).

May rejeitou na segunda-feira um princípio de acordo com Dublin e Bruxelas para manter a fronteira aberta após o "Brexit", diante da pressão exercida pelo norte-irlandês Partido Democrático Unionista (DUP), aliado do Executivo de Londres.

Os unionistas vetaram um texto que propõe que a Irlanda do Norte não tenha "divergências reguladoras" em relação à República da Irlanda, o que, em teoria, manteria a região dentro do mercado único e da união aduaneira, embora o resto do Reino Unido abandone esses espaços econômicos.

Varadkar insiste que o significado e objetivo desse documento não devem mudar "quase nada", mas aceitaria "clarificá-lo" para que Londres convença o DUP de que o "alinhamento regulatório" da Irlanda do Norte não "minará a integridade (territorial) do Reino Unido", explicou o "Irish Independent", que cita fontes ligadas às negociações.

A líder do DUP, Arlene Foster, ressaltou ontem que seu partido, pró-britânico e favorável ao "Brexit", deixou "bem claro" para May em conversas prévias que não aceitará que a região tenha um regime diferenciado do resto do país.

Arlene também acusou Dublin de ter impedido que seu partido visse o polêmico texto antes que fosse colocado sobre a mesa na segunda-feira em Bruxelas e de atrasar o avanço das conversas para a fase seguinte, quando será abordada a relação comercial entre o Reino Unido e a UE após sua separação.

"Se não passar para a segunda fase, será culpa do DUP", afirmaram ao "Independent" as citadas fontes, em termos similares aos usados por Varadkar, que afirmou ontem que "a bola está com May".

O "taoiseach" (primeiro-ministro irlandês), no entanto, disse que é preciso dar tempo e espaço à líder britânica para que continue "negociando com boa fé", embora tenha reconhecido que as relações entre os países foram "tensas" nos últimos anos como consequência do "Brexit".

May e Bruxelas acreditam que o assunto da fronteira norte-irlandesa, dos direitos dos cidadãos e da fatura de saída será resolvido nos próximos dias, antes de passar para a fase seguinte em dezembro.

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