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Irlanda do Norte vai às urnas após queda do governo autônomo

Partido unionista protestante e o nacionalista católico devem ser, novamente, os mais votados na eleição

Irlanda do Norte: partidos decidiram abandonar a coalizão após as últimas eleições (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

Irlanda do Norte: partidos decidiram abandonar a coalizão após as últimas eleições (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

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EFE

Publicado em 2 de março de 2017 às 08h18.

Dublin - Pouco mais de 1,2 milhão de norte-irlandeses irão comparecer nesta quinta-feira às urnas para participar das eleições autônomas antecipadas, convocadas após a queda do governo de poder compartilhado entre protestantes e católicos.

Os centros de votação da província britânica abriram às 7h (horário local, 4h de Brasília) e fecharão às 22h (horário local, 19h de Brasília), enquanto a apuração começará às 8h (hora local) de amanhã e os primeiros resultados definitivos poderiam ser conhecidos no sábado.

As últimas pesquisas indicam que o Partido Unionista Democrático (DUP) e o republicano Sinn Féin, antigo braço político do extinto Exército Republicano Irlandês (IRA), voltarão a ser os mais votados e que se estabelecerão como os principais representantes de suas respectivas comunidades, a unionista protestante e a nacionalista católica.

O DUP defende as 38 cadeiras que conquistou nas eleições de maio de 2011 e o Sinn Féin deseja diminuir essa distância e aumentar sua cota de 28 parlamentares.

No entanto, nestas eleições o número de cadeiras na Assembleia norte-irlandesa reduziu de 108 a 90, com cinco candidatos elegíveis, em lugar de seis, em cada uma dos 18 distritos que formam o mapa eleitoral da província britânica.

A líder unionista, Arlene Foster, perdeu seu posto de ministra principal depois que seu adjunto no Executivo, o dirigente nacionalista Martin McGuinness, renunciou ao cargo, no início de janeiro, em protesto por um caso de corrupção na política de energia renovável.

A renúncia de McGuinness obrigou o governo britânico a dissolver a Assembleia e antecipar as eleições, marcadas também pela ausência deste histórico líder republicano e comandante do IRA durante parte do conflito no passado.

Após deixar o governo, McGuinness anunciou que abandonava definitivamente a política por uma grave doença e o partido elegeu para substitui-lo Michelle O'Neill, de 40 anos e sem conexões com a luta armada, o que se interpreta como o começo do processo de renovação do Sinn Féin no norte da Irlanda.

Distante das duas formações, segundo as pesquisas, estão o Partido Unionista do Ulster (UUP), Partido Social Democrata e Trabalhista (SDLP) e o multi-religioso Partido Aliança, formações que decidiram abandonar o Executivo de poder compartilhado após as últimas eleições.

Como tudo indica, se estes partidos decidem ficar na oposição na próxima legislatura, DUP e Sinn Féin deverão negociar a formação de um novo governo, que neste momento coloca vários dúvidas devido ao confronto que mantêm há meses.

Os Executivos britânicos e irlandês advertiram que se as duas formações principais não chegarem a um pacto de governabilidade em um tempo razoável, a autonomia norte-irlandesa poderia ser suspensa e controlada diretamente de Londres.

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