Noite de violência na Irlanda do Norte: tijolos, garrafas e coqueteis molotov foram jogados contra a polícia em várias ruas da cidade (Peter Muhly/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2013 às 08h32.
Londres - Novos incidentes explodiram na madrugada desta segunda-feira na Irlanda do Norte, poucas horas depois do início do diálogo entre representantes políticos e religiosos para acabar com os atos de violências recentes em Belfast, que já deixaram desde quinta-feira 70 detidos e 50 policiais feridos.
Tijolos, garrafas e coqueteis molotov foram jogados contra a polícia em várias ruas da cidade, segundo a polícia.
Estes confrontos começaram no dia 3 de dezembro, depois da decisão da prefeitura de Belfast, capital da província britânica da Irlanda do Norte, de não mais hastear de forma permanente a bandeira britânica.
Esta decisão controvertida provocou reiterados incidentes violentos, lançados pelos protestantes partidários da união da Irlanda do Norte com o Reino Unido.
Segundo o balanço fornecido pela polícia no domingo, 52 policiais ficaram feridos desde o começo dos confrontos, e 70 pessoas foram detidas e 47 indiciadas.
O premiê da Irlanda do Norte, Peter Robinson, do Partido Unionista Democrático (DUP, protestante), considerou a violência "injustificável" e "vergonhosa".
"Os responsáveis prejudicam gravemente a causa que pretendem defender, e são manipulados pelos grupos dissidentes que buscam aproveitar as menores oportunidades para fazer suas aspirações terroristas avançarem", afirmou.
A Irlanda do Norte viveu 30 anos de violência entre protestantes unionistas e republicanos católicos partidários da unificação com a Irlanda, que deixaram 3.500 mortos.
Apesar do acordo de paz de 1998, que estabelece a divisão de poder entre católicos e protestantes, incidentes esporádicos ainda são registrados naquela província.