Doação de sangue: o governo britânico acabou em 2011 com essa proibição imposta aos homossexuais, uma medida que, no entanto, só afeta Inglaterra, Escócia e País de Gales (Noah Seelam/AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2015 às 15h52.
Dublin - O governo autônomo da Irlanda do Norte, de poder compartilhado entre protestantes e católicos, estuda a possibilidade de acabar com a atual proibição de doação de sangue imposta aos homossexuais.
O ministro da Saúde norte-irlandês, Simon Hamilton, afirmou nesta sexta-feira que seu departamento pode modificar a legislação vigente se as análises dos organismos de saúde pertinentes provarem que "aumentou o nível de segurança do sangue no Reino Unido".
O governo britânico acabou em 2011 com essa proibição imposta aos homossexuais, uma medida que, no entanto, só afeta Inglaterra, Escócia e País de Gales.
Londres tomou a decisão após aceitar as recomendações do chamado Comitê Assessor de Segurança do Sangue, Tecidos e Órgãos (SaBTO), que indicou que os homossexuais que não tiveram relações íntimas com outro homem durante um período de um ano podem doar sangue.
Desde então, todos os ministros da Saúde norte-irlandeses mantiveram essa proibição e, na atualidade, a Corte de Apelações da província analisa se este assunto é cabe a Londres ou Belfast.
Hamilton afirmou hoje que estudará suspender a proibição após receber o esperado relatório da SaBTO e que essa instância judicial emita seu veredito.
"Se o estudo afirmar que há provas que demonstram que a segurança do sangue aumentou no Reino Unido, entendo que será preciso agir perante essa evidência e a Irlanda do Norte deverá adotar a mesma política que o restante do Reino Unido em relação às doações de sangue de homens que têm relações sexuais com outros homens", explicou o ministro.
As restrições tinham sido estabelecidas no Reino Unido nos últimos anos 80 como medida de precaução perante o avanço da aids. Os últimos estudos médicos apresentados ao governo britânico indicaram que uma proibição deste tipo não está justificada.