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Irlanda assume presidência de UE

O primeiro-ministro irlandês, Enda Kerry, disse que seu país trabalhará a favor da estabilidade, o emprego e o crescimento, e buscará soluções à crise econômica


	Enda Kenny premier da Irlanda: o primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, já avisou que trabalhará de maneira "aberta e justa" 
 (Leon Neal/AFP)

Enda Kenny premier da Irlanda: o primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, já avisou que trabalhará de maneira "aberta e justa"  (Leon Neal/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2012 às 12h31.

Dublin - A República da Irlanda pegou nesta segunda-feira o bastão do Chipre ao assumir a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE) com o objetivo de gerar durante o primeiro semestre de 2013 "estabilidade, emprego e crescimento".

Esses são os três pilares básicos do programa de atuação do governo de Dublin para o início de 2013, no qual celebra também o 40º aniversário da entrada do país na então chamada Comunidade Econômica Europeia (CEE).

Em cerimônia realizada hoje no castelo de Dublin, quando foi içada a bandeira comunitária, o primeiro-ministro irlandês, Enda Kerry, disse que seu país trabalhará a favor da estabilidade, o emprego e o crescimento, e buscará soluções à crise econômica.

Desde seu ingresso na CEE, a Irlanda ocupou sete vezes a presidência comunitária. A última foi em 2004, quando sob seu mandato se formalizou o ingresso de 10 países do Leste do continente, a maior expansão da UE desde sua fundação.

Eram os tempos da chamada economia do "Tigre Celta" e a Irlanda era vista por seus parceiros como um exemplo de crescimento e prosperidade, o que demonstrou com uma gestão em que foram gastos cerca de 110 milhões de euros durante o primeiro semestre de 2004, uma quantidade que até então pareceu excessiva.

Por motivos muito diferentes, oito anos depois a Irlanda se tornou novamente um exemplo a seguir para o restante dos países-membros, embora sua receita agora seja economizar e ter austeridade.

O resgate da UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI) ao país, de 85 bilhões de euros, obrigou o Executivo de Dublin a implementar desde 2010 um duríssimo plano de ajuste que, segundo os organismos supervisores, está dando resultados.


A Irlanda é o "aluno prodígio" para os membros que, como a Alemanha, insistem que as políticas de austeridade funcionam.

De fato, o país poderia se tornar no fim deste ano o primeiro Estado resgatado que abandona seu programa de ajuda, se conseguir retornar completamente aos mercados de dívida na busca de fontes de financiamento alternativas.

É preciso, para isso, que a UE complete a união bancária na zona do euro e rompa o vínculo entre a dívida soberana e a bancária, uma das prioridades estabelecidas pelo governo irlandês, que já teve injetados em seu bancos quase 64 bilhões de euros desde o início da crise.

Em seu período à frente da presidência rotatória, Dublin também quer estabelecer os fundamentos para que o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) possa no futuro recapitalizar diretamente os bancos e, se for possível, de maneira retroativa no caso irlandês, de modo que o Estado possa recuperar parte de sua contribuição ao resgate de seu sistema financeiro.

O primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, e seu adjunto no Executivo e titular de Relações Exteriores, Eamon Gilmore, já avisaram que trabalharão de maneira "aberta e justa" para a Europa, mas também enfatizaram que continuarão negociando com seus sócios parceiros um acordo para seu país.

Após o fracasso dos últimos diálogos para estabelecer o marco orçamentário da UE para o período 2014-2020, a Irlanda definiu como outra de suas prioridades recorrer a suas reconhecidas habilidades diplomáticas para fechar as contas comunitárias no começo do ano.

Neste sentido, com alguns orçamentos já pactuados, Gilmore se comprometeu a iniciar o protocolo burocrático necessário para que os fundos comecem a fluir a partir de 1º de janeiro de 2014.

Além disso, a Irlanda quer aproveitar os laços históricos que a ligam aos Estados Unidos para avançar, durante 2013, no estabelecimento de um futuro "acordo de livre-comércio" entre ambos os blocos, uma questão-chave para reativar a economia da UE e pôr em prática políticas de criação de emprego.

Segundo Gilmore, serão buscadas iniciativas similares com outros parceiros internacionais, como Japão, Canadá e Cingapura, pois as relações possuem potencial para fazer crescer até 2% o Produto Interno Bruto (PIB) da UE. 

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