O ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan, garantiu que a afirmação será referendada nesta quinta-feira por uma missão da UE e do FMI (Steve/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2011 às 11h47.
Dublin - A Irlanda está em "um bom caminho" para cumprir as condições fixadas pela União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para o resgate financeiro do país, afirmou nesta quinta-feira o ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan.
O ministro deu essas declarações dois dias depois que a agência de classificação de risco Moody's situou a dívida irlandesa ao nível de bônus lixo.
Noonan acrescentou que sua afirmação será referendada nesta quinta-feira por uma missão da UE e do FMI, após concluir a revisão das medidas adotadas pelo governo irlandês entre os meses de abril e junho.
Esta é a terceira revisão trimestral que os organismos internacionais efetuam desde que em novembro o Executivo irlandês aceitou um pacote de ajuda avaliado em 85 bilhões de euros.
"A missão certificou que a Irlanda cumpre todas as condições e objetivos fixados em nosso programa. Cumprimos as metas fiscais, as bancárias e as metas de reforma estrutural", declarou o ministro.
Sobre a reforma do sistema financeiro, Noonan explicou que este processo está adiantado em relação às datas fixadas pela UE e pelo FMI.
Assim, em 1º de julho foi concluída a fusão entre a instituição de empréstimos pessoais EBS Building Society e o segundo maior banco nacional, o Allied Irish Bank (AIB), um dos dois bancos "pilares" sobre os quais girará o sistema financeiro irlandês a partir de agora.
Também foi finalizada nessa mesma data a fusão entre o Anglo Irish Bank e o Irish Nationwide Building Society, que passa agora a se chamar Irish Bank Resolution Company (IBRC) e cujo destino a longo prazo será sua total dissolução.
Além disso, o ministro de Gasto Público e Reforma, Brendan Howlin, indicou nesta quinta-feira que, durante o primeiro semestre do ano, o déficit primário (diferença entre a despesa e a receita do Estado) ficou em 8,4 bilhões de euros, abaixo do teto de 10,1 bilhões fixados pela UE e o FMI.
"Há grandes avanços com relação ao programa sobre as contas públicas, como demonstra o fato de que se veem sinais de estabilização após vários anos difíceis", avaliou Howlin.
A UE e o FMI apresentarão nesta quinta-feira um novo Memorando de Entendimento entre as partes para o próximo trimestre e oferecerão suas previsões sobre as perspectivas de crescimento da economia irlandesa durante este ano.
O resgate financeiro obriga Dublin a aplicar medidas de ajuste para economizar 3,6 bilhões de euros durante o próximo ano, de modo que possa reduzir seu déficit público em até 8,6% do Produto Interno Bruto (PIB).