O primeiro-ministro iraquiano, Haidar al Abadi: "se libertarmos Ninawa, todo o Iraque vai se estabilizar" (Hadi Mizban/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2015 às 10h46.
Bagdá - O primeiro-ministro do Iraque, Haidar al Abadi, disse nesta segunda-feira que o governo do país coordenará com as autoridades e as forças curdas uma ofensiva para expulsar os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) da província de Ninawa.
Em entrevista coletiva em Erbil, capital do Curdistão iraquiano, e transmitida pela televisão oficial, Abadi explicou que sua visita à região tem o objetivo de "coordenar e cooperar na libertação de Ninawa".
A província, localizada no norte do Iraque, e sua capital, Mossul, caíram em mãos do EI em junho do ano passado. A localidade é o próximo alvo das forças iraquianas, após a recuperação da estratégica cidade de Tikrit.
"Se libertarmos Ninawa, todo o Iraque vai se estabilizar", afirmou Abadi na entrevista concedida ao lado do presidente do Curdistão, Massoud Barzani.
O chefe do governo, que visita pela primeira vez o Curdistão desde que assumiu o cargo, em setembro do ano passado, disse ainda que não há uma data para lançar a operação em Ninawa, e que a ofensiva será uma "surpresa" para os jihadistas.
Abadi afirmou que, da mesma forma que em Tikrit, "todo o Iraque participará da libertação de Ninawa", e ressaltou a importância dos moradores da região se envolverem na operação.
Embora as relações entre as autoridades iraquianas e curdas sejam tensas, as forças curdas "peshmergas" enfrentam os jihadistas em Ninawa desde junho do ano passado.
Barzani disse que a visita de Abadi ocorre em um momento em que "se necessita coordenação devido ao ataque terrorista mais feroz", uma referência à ameaça do EI.
O líder expressou a "total disposição" de seu governo para cooperar com Bagdá em Ninawa: "chegamos a acordos para trabalhar juntos pelo interesse do país e para liberar o Iraque dos terroristas".
A tomada de Tikrit, capital da província de Saladino, em 31 de março, representou um duro golpe para o EI, pois abriu o caminho para à libertação do norte do Iraque.
A expulsão dos extremistas da cidade era considerado um passo necessário antes de se seguir avançando rumo a Mossul, capital do "califado" declarado pelo líder do EI, Abu Bakr al Bagdadi.