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Iranianos temem associação do Irã à luta contra jihadistas

Opositores iranianos advertiram para o risco de uma associação do Irã em busca de uma solução no Iraque, que poderia levar a uma guerra sectária


	Combatentes curdos iraquianos durante combates: Irã pediu esforço global contra EI
 (J.M Lopez/AFP)

Combatentes curdos iraquianos durante combates: Irã pediu esforço global contra EI (J.M Lopez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 14h00.

Paris - Os opositores iranianos do Conselho Nacional da Resistência do Irã (CNRI, oposição no exílio) advertiram nesta segunda-feira para o risco de uma associação do Irã em busca de uma solução no Iraque, considerando que isso levaria a "incentivar a guerra sectária" neste país.

"O regime iraniano em uma cooperação enganosa com a demanda global de luta contra o Estado Islâmico, repete o cenário conhecido em 2003 (ano da queda de Saddam Hussein no Iraque pelo exército americano). Mas se juntar ao regime iraniano para contornar a crise no Iraque, significa incentivar a guerra sectária e aumentar o risco do Estado islâmico", declarou a presidente do CNRI, Maryam Rajavi, em coletiva de imprensa em Paris.

O governo iraquiano enfrenta desde 9 de junho uma ofensiva do EI, um grupo extremista sunita que tomou grandes áreas em cinco províncias do país, resultando na fuga de dezenas de milhares de pessoas.

Os Estados Unidos intervieram militarmente em agosto por meio de ataques aéreos contra as posições da EI no norte do Iraque.

Eles pediram uma coalizão de nações "mais ampla possível" contra o EI.

O apelo foi ecoado pelo Irã, que pediu um esforço global contra o Estado islâmico.

"As catástrofes de hoje no Iraque são resultado do que os Estados Unidos fizeram que, na prática, significou oferecer este país às milícias de mulás", ressaltou Rajavi.

No Iraque, os jihadistas do EI beneficiam do apoio de parte da comunidade sunita, que considera-se marginalizada pelo governo do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, um xiita, recentemente substituído.

"Se opor ao Estado Islâmico é uma necessidade absoluta, fazê-lo sem retirar do Iraque o regime de mulás e seus bandos terroristas será como uma facada na água", continuou a presidente do CNRI.

Pelo menos 1.420 pessoas foram mortas em agosto pela violência no Iraque, seja em confrontos entre as forças armadas e o Estado Islâmico, ou em ataques sectários mortais.

Para lutar contra os insurgentes sunitas, o governo iraquiano tem contado com as milícias xiitas, mas ao fazê-lo, também favorecem o ressurgimento de grupos armados que participaram nos últimos anos do conflito sectário que se abateu sobre o Iraque.

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