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Irã sugere envolvimento dos EUA em morte de jornalista saudita

Na terça-feira, Donald Trump disse que as autoridades sauditas realizaram "o pior acobertamento da história" no assassinato de Khashoggi

Presidente do Irã disse que a Arábia Saudita não teria assassinado Khashoggi sem a proteção dos Estados Unidos (Danish Siddiqui/Reuters)

Presidente do Irã disse que a Arábia Saudita não teria assassinado Khashoggi sem a proteção dos Estados Unidos (Danish Siddiqui/Reuters)

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Reuters

Publicado em 24 de outubro de 2018 às 09h37.

Última atualização em 24 de outubro de 2018 às 09h39.

Genebra - O presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse nesta quarta-feira que a Arábia Saudita não teria assassinado o proeminente jornalista saudita Jamal Khashoggi sem a proteção dos Estados Unidos, segundo a Agência de Notícias da República Islâmica (Irna).

Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que as autoridades sauditas realizaram "o pior acobertamento da história" no assassinato de Khashoggi na Turquia neste mês, e Washington prometeu revogar os vistos de alguns daqueles que se acredita serem responsáveis.

"Ninguém imaginaria que, no mundo de hoje e em um novo século, testemunharíamos um assassinato tão organizado e que um sistema planejaria um assassinato tão hediondo", disse Rouhani, de acordo com a Irna.

"Não acredito que um país ousaria cometer tal crime sem a proteção da América".

O Irã e a Arábia Saudita são rivais regionais e vêm apoiando lados opostos nos conflitos da Síria e do Iêmen, além de facções políticas diferentes no Iraque e no Líbano.

A proteção dos EUA permitiu a Riad realizar bombardeios contra civis na guerra do Iêmen, disse Rouhani, segundo a Irna.

"Se não houvesse proteção americana, o povo do Iêmen teria enfrentado o mesmo bombardeio brutal?", questionou.

Rouhani ainda pediu ao governo turco para realizar uma investigação imparcial sobre o assassinato "sem precedentes" do jornalista.

Khashoggi, colunista do Washington Post e crítico do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, desapareceu três semanas atrás depois de entrar no consulado saudita em Istambul para obter documentos para se casar.

Autoridades turcas suspeitam que Khashoggi foi assassinado e esquartejado por agentes sauditas dentro do consulado.

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