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Irã resiste à queda nas vendas de petróleo com compras da China

As exportações de petróleo do Irã caíram pela metade nos quatro meses de fevereiro a junho devido às sanções impostas ao país pela União Europeia e pelos Estados Unidos

Plataforma de petróleo: Queiroz Galvão avança no pré-sal da Bacia de Santos (OSCAR CABRAL)

Plataforma de petróleo: Queiroz Galvão avança no pré-sal da Bacia de Santos (OSCAR CABRAL)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2012 às 17h31.

Dubai - O Irã deve conseguir frear a queda nos envios de petróleo em julho, com aumento nas importações chinesas a níveis recordes, representando mais da metade das exportações iranianas da commodity, evitando uma nova queda nas receitas de Teerã com petróleo, segundo um relatório da indústria.

A oferta diária de Teerã deve ser de, em média, 1,084 milhão de barris em julho, pequena mudança ante 1,094 milhão de barris por dia nas exportações de junho, de acordo com o relatório preliminar da Petrologistics, uma consultoria sediada em Genebra.

As exportações de petróleo do Irã caíram pela metade nos quatro meses de fevereiro a junho devido às sanções impostas ao país pela União Europeia e pelos Estados Unidos, que visam a desencorajar o que o Ocidente teme que seja um programa nuclear voltado para o desenvolvimento de armas.

Somente quatro países devem importar petróleo iraniano em julho --China, Índia, Japão e Taiwan, afirmou a consultoria, embora seja possível que uma carga seja desviada para a Turquia.

Um embargo da União Europeia sobre as compras e seguros de transporte de petróleo do Irã entrou em vigor em julho, e a Turquia, que não faz parte da UE, também diminuiu drasticamente suas importações de petróleo do país.


Tendo diminuído suas importações a fim de negociar descontos nos preços da commodity, a China se tornou facilmente a maior consumidora do Irã. Espera-se que as importações chinesas aumentem para 590 mil bpd em julho, ou 54 por cento do total das exportações de Teerã, ante 430 mil barris por dia em junho, e da média de 480 mil bpd em 2011, afirmou o relatório da Petrologistics.

Se os dados finais da alfândega chinesa confirmarem os números do relatório, a dispensa da China das sanções norte-americanas, que buscam impor uma cooperação internacional a seus esforços contra o Irã, pode estar em risco. Em junho, Washington concedeu a Pequim uma dispensa de seis meses das sanções que ameaçam penalizar os países que negociarem petróleo com o Irã, sob a condição de que a China diminuísse o volume das importações.

A Índia pode se encontrar em uma situação parecida. As importações de petróleo iraniano no país em julho aumentaram para 335 mil bpd ante 264 mil em junho, ligeiramente acima da média de importações do ano anterior, de 326 mil bpd, disse a Petrologistics.

A consultoria disse que a empresa privada Essar Oil era a responsável por grande parte do aumento das importações. A Essar não é restringida pelos regulamentos do governo indiano sobre envios e seguros de carga ao Irã.

Taiwan vai importar um carregamento, equivalente a 65 mil bpd, não tendo feito importações desde março. A média de importação do país em 2011 foi de somente cerca de 30 mil bpd.

Os aumentos chineses e indianos contrastam com dois outros grandes importadores asiáticos do Irã em anos anteriores, o Japão e a Coreia do Sul. O Japão deve importar 98 mil bpd neste mês, ou seja, um pouco a mais que um terço das compras no ano anterior. A Coreia do Sul interrompeu completamente suas importações para o Irã em julho, após não conseguir adquirir seguro para os envios. O país importou 240 mil bpd no ano passado.

As sanções têm forçado Teerã a armazenar petróleo em navios petroleiros no mar, a fim de evitar grandes cortes em sua produção da commodity.

Mas o armazenamento flutuante de petróleo cru e condensado caiu para 34,4 milhões de barris em junho --igual a 17 enormes navios petroleiros--, ante um pico de 42,8 milhões em maio, disse a Petrologistics.

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