Agência de Notícias
Publicado em 28 de julho de 2025 às 13h11.
Última atualização em 28 de julho de 2025 às 13h23.
O Irã se recusou nesta segunda-feira, 28, a incluir questões adicionais à questão nuclear, como seu programa de mísseis, nas negociações com os países europeus, depois que o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, fez esse pedido no domingo.
"As questões de defesa do Irã não estão absolutamente na pauta das negociações e não serão negociadas", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ismail Baghaei, em entrevista coletiva semanal.
O diplomata comentou que o Irã está negociando apenas questões nucleares e a suspensão das sanções dos Estados Unidos contra o país.
"Em termos de defesa, o Irã, especialmente nas circunstâncias atuais, prioriza mais do que nunca a manutenção e o fortalecimento de sua capacidade de dissuasão", enfatizou Baghaei, referindo-se à guerra entre Irã e Israel em junho.
Teerã respondeu às ofensivas israelenses com lançamentos diários de mísseis contra o Estado judeu.
Pelo mesmo motivo, o porta-voz diplomático iraniano ressaltou que "confiar nas capacidades locais é a única maneira eficaz de defender o país contra ameaças estrangeiras".
Baghaei respondeu à afirmação do ministro das Relações Exteriores da França de que um novo acordo com o Irã, além da questão nuclear, deveria incluir seu programa de mísseis e seu apoio ao chamado "Eixo de Resistência", que inclui o palestino Hamas, o libanês Hezbollah e os houthis do Iêmen, entre outros grupos.
"Queremos um acordo mais abrangente que cubra a dimensão nuclear das atividades de desestabilização iranianas e seu componente balístico, bem como as atividades de desestabilização regional que o Irã vem realizando", disse Barrot no domingo, em entrevista à emissora americana "CBS".
Os países europeus ameaçaram restabelecer as sanções internacionais contra Teerã — suspensas sob o acordo nuclear de 2015 — se um acordo não for alcançado até o final de agosto.
O Irã, no entanto, acredita que os três países europeus — Alemanha, França e Reino Unido, conhecidos como o grupo E3 e signatários do acordo nuclear de 2015 — não têm "nenhuma base legal e lógica" para restabelecer as sanções.